24.9 C
Vitória
quarta-feira, 24 abril, 2024

Eduardo Prata: “O comércio exterior não espera”

Eduardo Prata: “O comércio exterior não espera”

O desenvolvimento do Espírito Santo passa por muitos caminhos, entre eles, aqueles abertos pelo mar. O Estado hoje possui a maior movimentação portuária do Brasil, e o comércio exterior representa 45% do Produto Interno Bruto capixaba. O superintendente geral da Codesa, Eduardo Prata, explica como a autoridade portuária administra os investimentos na infraestrutura dos portos públicos para garantir e aumentar a participação do Espírito Santo nesse cenário.

 

– Como a Codesa vem atuando na modernização dos portos públicos do Espírito Santo?
Por meio da Secretaria de Portos, a Codesa está investindo cerca de R$ 500 milhões em ampliações do Porto de Vitória. Há cerca de 30 anos não eram feitos investimentos dessa monta. Parte dessas obras são a dragagem e a derrocagem do Porto, que vão ampliar o calado máximo de 9,7 metros para 12,5 metros, já a partir de dezembro. A dragagem de mais de 1 milhão de metros cúbicos já está 97% concluída. A Codesa também está investindo na modernização da sinalização náutica e alargando o canal de acesso, de 65 para 120 metros de largura. Essas mudanças vão permitir navegabilidade a noite, ampliando a capacidade de recepção do porto.

- Continua após a publicidade -

– Que retorno este investimento oferece para a economia capixaba?
Hoje o Porto de Vitória movimenta sete milhões de toneladas por ano, com um retorno de US$ 150 por tonelada, fora os impostos. Isso significa US$ 1,5 bilhão injetados diretamente na economia capixaba todos os anos. Com a modernização, estamos prevendo um crescimento de 15% ao ano, até atingirmos 13 milhões de toneladas. Ampliar a capacidade também significa economia na operação. Até dezembro devemos abrir as portas para embarcações de até 70 mil toneladas, o dobro das 35 mil toneladas de hoje. Isso significa, na prática, reduzir pela metade os custos fixos.

– No último dia 20 de julho, a Codesa assinou contrato para a construção do berço de Atalaia. Qual a previsão para esta obra?
Esse contrato significa mais um passo para a ampliação da capacidade do Porto. As obras devem ser iniciadas até dezembro e a previsão de conclusão é de 18 meses. Depois construção do berço, o cais passa a ter 270 metros de comprimento e 12,5 m de calado que vai ser multipurpose, ou seja, com capacidade para movimentar qualquer tipo de carga.

– Essa expansão do Porto de Vitória significa uma retomada das grandes embarcações que deixaram de vir para o Estado?

Mesmo tendo ainda o maior volume de movimentação do Brasil, o Espírito Santo perdeu cerca de 30% das suas exportações de granito e café para o Rio de Janeiro. Hoje, o Porto de Vitória só consegue receber navios com capacidade máxima de 2 mil contêineres. A ampliação nos permitirá receber navios de até 6 mil contêineres, mas hoje já existem embarcações de 18 mil, que continuam sem poder entrar no Porto de Vitória. Essa ampliação vai dar uma sobrevida de 20 anos ao porto, o prazo necessário para a construção do Porto de Águas Profundas, que vai contar com 18 metros de calado. Aí sim teremos o Espírito Santo em plena competitividade para receber as grande embarcações, mas não podemos parar por tanto tempo. O comércio exterior não espera, por isso essas obras vão permitir que o Espírito Santo não fique para trás até que saia o super porto.

Entre para nosso grupo do WhatsApp

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

Matérias relacionadas

Continua após a publicidade

EDIÇÃO DIGITAL

Edição 220

RÁDIO ES BRASIL

Continua após publicidade

Vida Capixaba

- Continua após a publicidade -

Política e ECONOMIA