42.500 fiscalizações foram realizadas em 70 municípios do Estado em 2023
Por Gustavo Costa
Algo que não só gera prejuízo para a concessionária, mas acaba causando aumento da conta de luz para toda a população que paga corretamente, e consequentemente tem desdobramentos na inflação e economia em geral, o furto de energia foi amplamente combatido no ano de 2023 no Espírito Santo.
No balanço das ações do EDP, em todo o ano passado foram recuperados cerca de 69 GWh. Só para se ter uma ideia, o volume de energia desviada seria suficiente para abastecer uma cidade como Domingos Martins por 1 ano inteiro.
A EDP fiscalizou mais de 42.500 instalações com suspeitas de irregularidades, tais como manipulações ou desvios no medidor, espalhadas pelos 70 municípios onde a concessionária atua.
Para detectar potenciais focos de irregularidade é feita uma análise dos diversos padrões de consumo, por meio de algoritmos de inteligência artificial, métodos e ferramentas estatísticas. Toda essa análise torna possível um direcionamento mais eficaz das equipes de inspeção em campo. “Além das fiscalizações e do investimento em tecnologia para coibir o furto de energia, a EDP desenvolve projetos sociais e de Eficiência Energética. Esses projetos têm como objetivo conscientizar as comunidades sobre o uso responsável de energia, promovendo atividades em comunidades para destacar os perigos e prejuízos que as ligações irregulares de energia representam para a população”, informa o gestor da EDP, Luciano Falce.
Enquanto uns desviam energia, o resto tem que pagar mais caro
Crime previsto no Artigo 155 do Código Penal Brasileiro, que dispõe: “Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: pena de reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa”, o furto de energia também leva o proprietário a arcar com a cobrança de toda energia não faturada durante o período da irregularidade e o custo administrativo, conforme a regra da Resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Como as distribuidoras compram a energia das geradoras para atender aos consumidores, uma vez que parte dessa energia é desviada, a conta acaba indo para o resto da população. Por lei, a concessionária não pode assumir todo o prejuízo.
Após o limite de perdas estabelecido pela Aneel ser ultrapassado, acontece o “rateio” para todos os consumidores. E assim, a conta de energia encarece.
Situação no resto do país
Segundo a Aneel, os furtos de energia no país em 2022 alcançaram 14,56% de toda a eletricidade adquirida pelas distribuidoras para atender ao mercado de baixa tensão, que inclui residências e comércios. As perdas não-técnicas de energia superam o limite regulatório médio estipulado pela agência, que é de 10,68%.