Especialistas em Investimento do IBEF-ES debatem sobre a postura do mercado diante dos atuais desafios econômicos
Por Amanda Amaral
O ano de 2022 foi complicado para a economia, mas o ano de 2023 reserva mais desafios. Os motivos da desaceleração econômica e suas consequências para o Brasil e o Espírito Santo foi tema de um debate sobre oportunidades e desafios neste contexto.
Thiago Goulart, diretor de conteúdo técnico do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-ES), e Fabrício Norbim, membro do Comitê Qualificado em Economia, Perspectivas e Cenários do Ibef-ES, ambos assessores de Investimento, comentaram sobre a alta das taxas de juros, tensões geopolíticas, gestão fiscal e o comércio exterior.
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Leste Europeu
Ainda não há sinais de que a Guerra na Ucrânia – que completa um ano em fevereiro, termine para Thiago Goulart. Ele acredita que a desestabilização das cadeias produtivas provocada pelo confronto pressiona a inflação nos países desenvolvidos, que têm aumentando a taxas de juros para frear o consumo.
“Tem trazido uma série de repercussões principalmente para a Europa. Isso vai ecoando para os países da América, por exemplo. Ela acrescenta uma problemática que é a pressão sobre os juros e a pressão inflacionária também”, comenta.
Fabrício Norbim lembra das consequências da pandemia da Covid-19 como um dos motivos da atual desaceleração da economia. “Quando estávamos em processo de retomada, o que naturalmente exigiria um tempo maior pela proporção do fato, tivemos outro fator que desestabilizou a economia”, disse.
Gestão fiscal
Sobre a gestão fiscal, Thiago Goulart ressaltou que a apresentação, em janeiro deste ano, do Ministro da Economia, Fernando Haddad, destacou mais os gastos públicos e que o mercado vem supondo que as questões ligadas à Receita Federal estejam ligadas ao Ministério do Planejamento, comandado por Simone Tebet.
“Existe uma apreensão muito grande com o que vai ser feito com a responsabilidade fiscal, que é falada de forma menos enfática pelo novo Governo Federal, por outro lado, fala-se muito em gastos, o que pressiona a questão inflacionária do país. Provavelmente, a alta dos juros deva ficar mais alongada, permanecer por mais tempo”, ressaltou.
Comércio exterior
No caso do Espírito Santo, em razão de uma economia pautada na indústria de extração, há grande dependência das exportações, segundo Fabrício Norbim. “O cenário hoje é de expectativa para a reabertura das grandes economias, entre elas a China, forte parceira comercial do Brasil, e para onde o Espírito Santo envia bastante produtos como o minério de ferro”, disse.
De acordo com Thiago Goulart, a melhoria da competividade e do ambiente de negócios no Espírito Santo está melhorando, e que o tema é pauta dos eventos no IBEF-ES. “Essas discussões foram promovidas junto a autoridades do Governo do Estado e também com o setor empresarial. Nós fomos sinalizando, enderençando, algumas ações que geram justamente uma discussão proativa na sociedade, entre esses poderes que podem trazer soluções para estes problemas que a gente possui”, disse.