28.3 C
Vitória
terça-feira, 16 abril, 2024

Dez anos de crise: que lições ficam para o Brasil?

A ausência de tranquilidade na economia já se arrasta por uma década e hoje as incertezas
políticas impedem prever o fim desse cenário

Em novembro de 2007, uma notícia colocava o Estado em evidência. O então presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciava a descoberta de petróleo na camada pré-sal, em uma extensão de 800 quilômetros, do Espírito Santo a Santa Catarina. Segundo a Petrobras, a exploração das jazidas começaria pelo litoral capixaba, e os royalties renderiam ao Estado e a quatro de seus municípios cerca de R$ 4,5 milhões.

Em meio a tantas expectativas positivas de desenvolvimento para o Brasil, que se tornaria autossuficiente e passaria a exportar o “ouro negro”, a economia mundial foi abalada por algo inesperado: a quebra do Lehman Brothers, tradicional banco norte-americano, o que explicitou o grave problema não apenas no mercado imobiliário, mas também em todo o sistema financeiro dos EUA

- Continua após a publicidade -

Considerado o pior acontecimento depois do crack da Bolsa de 1929, o fato foi oficializado no dia 15 de setembro de 2008 e marcou o início de uma crise que iria desestruturar fortes economias, como a europeia e a canadense, e também impactar de forma significativa os países emergentes.

Dias depois da concordata pedida pelo Lehman, houve a falência da maior empresa seguradora dos Estados Unidos, a AIG (American International Group), e o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro registrou a maior contração de sua história, queda de 1,5% no quarto trimestre de 2008 em relação ao anterior. No Brasil, grandes empresas, como a então Aracruz Celulose (hoje Fibria) e a Votorantim, amargaram baques bilionários. O mundo assistiu a um forte declínio no consumo, o que acabou afetando a produção e os investimentos privados. A redução da demanda geral levou à perda de dinamismo da economia.

“A crise sinalizou que viria ao fim de 2006, mostrou que estava instalada em 2007, quando os consumidores começaram a entregar seus imóveis diante da impossibilidade de arcar com as mensalidades, e estourou em 2008, com a quebra das empresas que financiavam os imóveis. E o problema de ordem financeira que se iniciou nos Estados Unidos contaminou imediatamente a Europa e foi para a Ásia por conta da internacionalização do mercado financeiro”, explica a economista e professora da Fucape Arilda Teixeira.

Dez anos de crise: que lições ficam para o Brasil?

Tudo começou no primeiro mandato de Bill Clinton, quando o presidente norte-americano diminuiu as exigências de acesso a financiamentos, o que levou muito mais pessoas a adquirir seus imóveis, impulsionando tal mercado. As agências financiadoras desses bens vendiam ativos para outra financeira, que emitia papel de aplicação para ganhar os rendimentos da unidade imobiliária, criando uma cadeia de aportes.

“Mas o sistema financeiro é flutuante, e a mensalidade, paga de acordo com a taxa do dia do vencimento. Nesse período, a política monetária do FED, o banco central dos EUA, elevou os juros para controlar a inflação, e diversos mutuários não tiveram capacidade de pagar.
A legislação diz que, com três meses de atraso, o imóvel é tomado automaticamente. Assim, muitos imóveis começaram a ser devolvidos. Por isso foi chamada de crise subprime”, destaca Arilda.

Em outras palavras, fabricavam-se riquezas sob a forma fictícia, por meio de negociação de títulos em mercados de derivativos, e esse patrimônio virtual descolou-se fortemente da economia real. “A crise de 2008 foi falta de escrúpulo dos agentes econômicos.”

Dez anos de crise: que lições ficam para o Brasil?
Arilda Teixeira, economista e professora da Fucape

A crise no mercado imobiliário norte-americano conseguiu fazer violento estrago ao redor do planeta. “Simples entender isso. Um chinês pode, sem sair de casa, fazer aplicações na bolsa de Nova Iorque; um norte-americano pode comprar títulos públicos no Brasil e fazer aplicações. O capital financeiro não tem barreiras nem proprietário definido. Pode ser um fundo de pensão, de investimento. A tecnologia da informação permite às pessoas saber quais as melhores aplicações. Não é mais necessariamente onde eu moro que estou aplicando meu dinheiro. Por isso, o contágio do sistema financeiro hoje é incontrolável”, detalha Arilda.

Economista e professor da Universidade Federal do Espírito Santo, Arlindo Vilasqui avalia que o processo econômico não é tão datado. “Mas podemos apontar alguns eventos que contribuíram para essa crise. Vamos começar pela chamada crise do petróleo, na década de 1970, que na realidade foi uma mudança de preços relativos na economia mundial, a favor dos países produtores, o que desencadeou uma mudança estrutural na economia mundial.”

O petróleo passou a circular pela economia mundial, por meio dos bancos privados, em razão das tecnologias da informação e das telecomunicações.
Um processo crescente de financeirização global, propiciado por uma alta exponencial de ativos financeiros e pela velocidade com que circulam em escala mundial.
“O dinheiro sempre circulou mundialmente, mas em velocidade e intensidade muito diferentes das que vemos hoje. Há 50 anos você quase não ouvia falar em derivativos, é um fenômeno novo”, complementa Vilasqui.

Para ele, tal realidade “não respeita fronteiras” e se impôs a partir do chamado Consenso de Washington, realizado em 1989, pelo Instituto Internacional de Economia, sob o nome de “Latin Americ Adjustment: How Much Has Happened?” (Ajuste da América Latina: quanto já foi feito?). No encontro, que reuniu instituições, economistas, pensadores e gestores públicos, foram traçadas recomendações para ampliar o neoliberalismo nos países da América Latina.

O objetivo era acelerar o desenvolvimento sem piorar a distribuição de renda, por meio de três eixos centrais: abertura econômica e comercial, aplicação da economia de mercado e controle fiscal macroeconômico.

“No Brasil, com Mário Henrique Simonsen e depois Delfim Netto na Fazenda; na Inglaterra, com a primeira-ministra Margaret Thatcher; e nos Estados Unidos, com o presidente Ronald Reagan, criou-se uma liberdade irrestrita para a movimentação do capital financeiro. Por exemplo, o limite de transferência do lucro de uma multinacional no Brasil para fora do país deixou de existir. E essa livre movimentação abriu espaço para uma série de crises nos últimos 50 anos: na Rússia, na Coreia, na Argentina, no Brasil, no México e, mais recentemente, no mercado imobiliário estadunidense”, aponta Vilasqui.

O professor defende que o capital financeiro nesse sistema “depende de presas” e aponta algumas delas. “A presa da década de 1990 no Brasil foi a privatização; na China, foi a transferência de ativos para montar empresas; e nos anos 2000, foi o mercado imobiliário. Então, quando falamos de 2007, estamos nos referindo a uma erupção desse vulcão em permanente incandescência. Obviamente que continuamos a viver problemas em países europeus. A Grécia é o caso mais emblemático, mas Portugal, Espanha França e Itália estão passando por isso”, observa.

Vilasqui defende que esse processo é permanente, porque o poder político do capital é globalizado. “Não há como tentar segurar isso. Quando interessa ao poder, ele provoca impeachment se criada qualquer possibilidade de uma alternativa a essa liberdade.
Uma delas foi desenhada recentemente com os Brics (acrônimo que se refere aos países emergentes membros: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul)”.

Mas então por que China, Rússia e Índia têm conseguido crescer acima da média brasileira? Nesse ponto os economistas Arilda e Vilasqui indicam a mesma causa: falta de políticas públicas industriais que tirem o país da dependência das commodities.
No entanto, os analistas discordam quanto à responsabilidade de gestores públicos.

“O Brasil parou de crescer porque aqui voltou a imperar a ideia de soberania total do mercado e porque, desde 2015, o país não tem política industrial, enquanto essas outras nações têm. Aqui, o chamado ideal de liberdade é controlado pelas mineradoras e pelo agronegócio, os dois maiores poderes econômicos e políticos no Brasil”, critica Vilasqui.

Arilda apresenta outra visão. “O governo Lula, ainda que tenha tido a mesma percepção do de Dilma, foi mais esperto e teve sorte. Ele deu autonomia ao Banco Central de fazer uma política monetária mais crível que a de Dilma, além de ter sido muito beneficiado com a alta da cotação das commodities. O crescimento da China sustentou a demanda mundial por commodities em 2010 e também em 2011. Lula teve superávit fiscal e pôde contar com reservas em dólares não porque estava fazendo uma boa gestão ou controlando bem os gastos, mas porque entrava muito dinheiro. Ocorre que o ritmo que as despesas passaram a crescer se tornou muito maior que a receita. A China decidiu se voltar aos problemas internos e desacelerou a economia brasileira.”

Arilda afirma ainda que Dilma é de uma geração de economistas instruída pelo viés socialista, por ser coletivamente mais justo, o que acabaria com as desigualdades. “E se fôssemos olhar pelo lado social, ele seria infinitamente mais justo que o capitalismo. O problema é que Dilma nomeou como secretário do Tesouro Nacional uma pessoa tão irresponsável quanto ela, o Arno Augustin, que fez uma contabilidade criativa, escondendo gastos excessivos, déficits.
Produziu um resultado falso e, com isso, foi contaminando a credibilidade na política fiscal, além de produzir aumento nos gastos públicos, principalmente com pessoal. A manipulação contábil dos resultados fiscais veio à tona, e isso é sim crime constitucional, o que permitiu o pedido de impeachment da presidente. O PT acabou com a possibilidade de, nos próximos 100 anos, a social democracia voltar ao poder no Brasil. O governo Dilma concluiu a lambança que o governo Lula começou”, frisa Arilda.

Dez anos de crise: que lições ficam para o Brasil?Em relação a Michel Temer, ambos concordam que o presidente deve ser investigado, pois não há por que não se verificar as sérias acusações colocadas. A população, alertam, precisa ficar atenta aos deputados que se posicionaram contra essa apuração.

Âmbito social

Professora do Departamento de Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Política Social da Universidade Federal do Espírito Santo, Lívia de Cássia Godoi Moraes destaca que a crise de 2008 tem seus fundamentos na década de 1970, quando não se conseguia mais atingir as taxas de lucro dos “30 anos gloriosos” do pós-Segunda Guerra Mundial.

“Em resposta a essa crise, houve grande reestruturação na organização do trabalho, o toyotismo se tornou hegemônico, o ideário político predominante passou a ser o neoliberalismo.
E, na tentativa de ter uma resposta financeira mais rápida, a economia deu lugar ao processo de financeirização crescente. Foi essa aposta no mundo financeiro (fundos, bolsa de valores, títulos da dívida, derivativos) que desembocou na crise de 2007/8 nos EUA”, aponta.

Dez anos de crise: que lições ficam para o Brasil?
Lívia de Cássia Godoi Moraes é Professora do Departamento de Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Política Social da Universidade Federal do Espírito Santo

Lívia explica que essa postura no mundo financeiro, “somada à reestruturação produtiva, fez com que houvesse desindustrialização”. Ao mesmo tempo em que se facilitaram os créditos, mais pessoas ficavam desempregadas, até que não puderam mais pagar os empréstimos, lembra a socióloga. “A bolha estourou. Isso se deu porque a economia encontra-se mundializada e financeirizada, portanto, interconectada.”

Para ela, a política econômica brasileira – desde Fernando Henrique Cardoso, passando pelos governos do PT e chegando a Temer – tem privilegiado gastos financeiros em detrimento dos sociais. “A exigência de superávit primário faz com que seja economizado investimento em saúde, educação e demais políticas sociais para pagamento de juros e amortização da dívida pública. É importante destacar que juros altos não são determinados pelo mercado, mas são decisões políticas, que perpassam todos os governos citados. A situação se agrava com a aprovação da PEC 55, atual EC 95, que congelou gastos sociais por 20 anos.”

Em recente palestra para mulheres empreendedoras em Vitória, a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, afirmou que o problema é mesmo gigantesco, pois a dívida pública hoje corresponde a 75% do PIB nacional, com previsões de ficar ainda maior. “Fazendo todas as reformas, os ajustes necessários, veremos esse percentual chegar a 85% do PIB, e somente daqui a 10 anos teremos uma curva decrescente.”

Há uma crise internacional que tem repercussões sobre o Brasil, cujos governos vêm respondendo de forma a privilegiar a lógica financeira em vez de atentar para problemas sociais, avalia a socióloga. “A reforma trabalhista vem para diminuir ainda mais os direitos trabalhistas e reduzir os salários dos empregados.
E o problema não será falta de conhecimento em como se utilizar o dinheiro individualmente, será falta de dinheiro mesmo.”

Para ela, o governo capixaba tem respondido com mais austeridade e mais cortes sociais, o que a experiência europeia já mostrou não ser a solução para o problema. “O país que melhor respondeu à crise na Europa foi Portugal, que privilegiou a indústria e os gastos sociais, com pautas especiais no combate do trabalho precário, em detrimento das opções financeiras especulativas.”

Mídias sociais

As redes sociais foram o combustível para as revoluções no mundo árabe. Segundo relatório da Dubai School of Government que indica a importância de serviços como Twitter e Facebook, a propagação do movimento conhecido como Primavera Árabe, por toda a região do norte da África e do Oriente Médio, teria sido impossível sem os recursos existentes dessas plataformas.

Na Tunísia, país em que se iniciaram os protestos, o Facebook registrou 200 mil novos usuários entre novembro de 2010 e janeiro de 2011, período em que a população local foi às ruas exigir a saída do presidente Zine el Abidine Ben Ali, que ocupava o cargo havia 23 anos.

Entre fevereiro de 2010 e fevereiro de 2011, os usuários do Facebook no mundo árabe passaram de 14,8 milhões para 27,7 milhões. O acesso da imprensa internacional a muitos dos locais envolvidos na Primavera Árabe era restrito, o que tornou o Twitter também importante fonte de informação.

Somente nos três primeiros meses da revolução egípcia, a hashtag #Egypt foi utilizada 1,4 milhão de vezes, liderando o ranking mundial na plataforma durante todo o ano de 2011.
Já #Jan25, data do início dos protestos contra o presidente Hosni Mubarak, ficou em 10° lugar, com 1,2 milhão de postagens.

Dez anos de crise: que lições ficam para o Brasil?
Fernando Mendes, especialista em marketing digital

“A Primavera Árabe foi o grande case de mobilização social dos novos tempos. As pessoas se uniram por uma causa e conseguiram mudanças reais, como a queda do Hosni Mubarak no Egito. E quando a gente fala em países árabes, é preciso destacar o imenso controle da internet. A Síria hoje é um caso bem em voga em relação a isso. E essa mobilização mostrou ao mundo que era possível defender causas”, destaca o jornalista Fernando Mendes, especialista em marketing digital.

No Brasil, durante os protestos de 2015, nos meses de março e agosto, considerando as 24 horas dos dias de manifestações, a hashtag #foradilma foi utilizada, respectivamente, 4.117 e 3.233 vezes por hora, segundo levantamento da consultoria Bites.

Em setembro do ano seguinte, uma publicação da ONU divulgou duas frases do presidente Michel Temer, durante seu discurso na abertura da Assembleia e a afirmação “O brasileiro é um dos 150 líderes que participam do evento essa semana para se trabalhar em conjunto por soluções de desafios globais”. Resutado: a respota dos internautas veio com as hashtags #Foratemer, #foragolpista, #OutTemer e #lutopelademocracia, que dominaram mais de 95% dos comentários do post. E mais: a fala de Temer foi boicotada por delegações de seis países.

Estudo realizado pela eMarketer em junho deste ano, coloca o Brasil como os principais usuários de redes sociais em toda a América Latina, com números muito acima do segundo e do terceiro colocado. Em 2014, o Brasil tinha 78,1 milhões de usuários mensais ativos – aqueles que acessam uma rede social ao menos uma vez por mês. No ano seguinte, esse número subiu para 86,5 milhões, o que representa um crescimento de 10,7%. Ao fim do primeiro semestre de 2016, já éramos 93,2 milhões de internautas conectados às mídias sociais como Facebook, Twitter e Instagram. Para 2020, a previsão é de atingirmos a marca de 313,6 milhões.

O México aparece em segundo lugar. Saltou de 43,7 milhões em 2014 para 56 milhões em 2016. E a Argentina, terceira colocada da América Latina, tinha 19,2 milhões em 2014 e chegou a junho de 2016 com 21,7 milhões de usuários.

De 2012 para 2016, o número de pessoas que utilizam smartphones passou de 14% para 62%, segundo pesquisa do Google. Números que explicam por que analistas do mercado econômico estão tão antenados nas mídias sociais. “Por conta dessa força de movimentação, vem crescendo o monitoramento de rede social, que hoje funciona muito como o termômetro do ânimo da população e é utilizado como pesquisa de confiança do consumidor”, explica Fernando Mendes.

Dez anos de crise: que lições ficam para o Brasil?

Espírito Santo

Os anos de 2008 e 2009 foram muito ruins para a indústria capixaba, que tem 52% de sua produção voltada para o mercado internacional. Mas, a partir de 2010, o cenário mudou de forma significativa, e o Espírito Santo vivenciou um período excelente.

“Em 2010, a indústria capixaba registrou o histórico avanço de 32,3%, baseado nas commodities minerais e agrícolas. E até 2014, o Estado cresceu muito acima da média nacional, sempre puxado pela indústria extrativa, especialmente pelas grandes plantas da Vale, Samarco, ArcelorMittal, Petrobras e Fibria”, destaca o presidente emérito da Federação das Indústrias do Espírito Santo, Marcos Guerra.

Em 2015, apesar de já sentir os efeitos da crise nacional, o Estado ainda garantiu bons resultados. Mas o dia 5 de novembro marcaria o início de um período muito ruim, com a tragédia do rompimento da barragem de Fundão, na cidade mineira de Mariana,
e a consequente paralisação da Samarco.

“Em 2016 tivemos um ano péssimo, o 14° pior resultado do Brasil. Todos os segmentos da indústria fecharam no vermelho. Mas este ano, de janeiro a maio, tivemos um crescimento de 3,4%, o terceiro melhor resultado do país, atrás somente dos estados de Santa Catarina (4,6%) e Rio de Janeiro (4,2%). E a expectativa é para fechar 2017 em primeiro lugar, em consequência da demanda e da valoração das commodities no mercado internacional, especialmente minério de ferro e petróleo. As exportações de rochas ornamentais, que sofrem menos com a oscilação do mercado, avançaram 7% no primeiro bimestre e devem encerrar o ano também em alta”, aponta Guerra.

Expectativa

Os impactos das recessões econômicas internacional e nacional, somados às perdas do Fundap e aos prejuízos causados pela mais grave crise hídrica dos últimos 80 anos, têm mostrado ao Espírito Santo não só a necessidade de manter o equilíbrio fiscal conquistado, mas também de buscar novos caminhos, avalia o secretário estadual de Desenvolvimento, Eduardo Azevedo.

“A crise mundial teve impacto diferenciado no Espírito Santo por conta de nossa economia internacionalizada, mais de 50% de nossa economia dependente do comércio internacional.
Por isso, num primeiro momento, sofremos mais que outros estados brasileiros com economias voltadas para o mercado interno, que estava aquecido nesse período. Mas também tínhamos bastante organização fiscal, administrativa e financeira, e isso foi muito importante para passarmos por essa fase de forma mais estruturada”, aponta Azevedo.

Mas o fato de termos feito a lição e de casa e de o Estado estar organizado, aliado ao aumento do valor das commodities no mercado internacional e aos arranjos que vêm sendo construídos tanto para novos mercados quanto para segmentos tradicionais de exportação (como café, mamão)e de produtos que surgem com investimentos em inovação e investimentos já anunciados, aponta para um futuro promissor.
“É preciso focar o fortalecimento dos negócios já existentes, a capacitação de pessoal e a inovação. E é isso que temos feito em parceria com a iniciativa privada”, afirma o secretário.

O novo presidente da Findes, Leonardo de Castro, corrobora a colocação do secretário e aponta um crescimento entre 4% e 4,5% na indústria capixaba este ano. Ele reafirma a urgente necessidade do retorno das atividades da Samarco, que correspondem a “5% do PIB capixaba”.

Entre para nosso grupo do WhatsApp

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

Matérias relacionadas

Continua após a publicidade

EDIÇÃO DIGITAL

Edição 220

RÁDIO ES BRASIL

Continua após publicidade

Vida Capixaba

- Continua após a publicidade -

Política e ECONOMIA