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sexta-feira, 26 abril, 2024

Impeachment de Temer é protocolado na Câmara

Alessandro Molon (Rede-RJ) protocolou pedido de impeachment de Temer na Secretaria-Geral da Câmara, após revelações feitas na delação do empresário Joesley Batista, da JBS

Os desdobramentos das denúncias do empresário Joesley Batista, da JBS, não param desde ontem (17). O deputado federal Alessandro Molon (Rede-RJ) protocolou pedido de impeachment do presidente Michel Temer, na Secretaria-Geral da Câmara. “A espinha dorsal do governo foi quebrada hoje. O governo acabou”, disse o autor do pedido.

No documento protocolizado na Casa, Molon reproduz a matéria de Lauro Jardim, de “O Globo”, que revelou a conversa entre Joesley e Temer. “Diante da gravidade dos fatos, é imprescindível a instalação de processo de impeachment para apurar o envolvimento direto do Presidente da República para calar uma testemunha.”

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“Não há denúncia mais grave do que essa”, afirmou Molon à Carta Capital. “Um presidente da República pedindo que um empresário continue pagando propina para que um criminoso não conte o que sabe a respeito dele”. O deputado classificou a situação como “grotesca, mais grave que se pode imaginar numa República.”

Para Molon, o comportamento de Temer “fere seu dever de probidade e o decoro, a honra que o cargo exige, e também trata-se de obstrução de Justiça.”

Posicionamentos

Na noite desta quarta-feira (17), no plenário da Câmara, o deputado petista Renato Teixeira (SP), pediu o afastamento de Temer da presidência. Até ao meio-dia de hoje, um vídeo publicado na página do parlamentar no Facebook mostrando esse momento havia ultrapassado 3.300 compartilhamentos e 117 mil visualizações.

“O governo acabou”, declarou o senador petista Lindbergh Farias (PB). Ele defendeu eleições diretas já neste ano. “Não podemos aceitar uma saída autoritária, via eleição indireta pelo Congresso”. Segundo Farias há a opção de “consultar o povo e antecipar para outubro de 2017 o processo eleitoral, chamar eleições. ”

O deputado Carlos Zarattini, lider do PT na Câmara, afirmou que a impunidade do governo foi “desmascarada” e também fez coro por Diretas Já. ” Agora fica claro que esse governo não tem legitimidade para continuar governando. Chegou ao ponto final”. Para ele, “se o ponto final não for dado pela sua própria renúncia, será dado por essa Câmara e esse Senado através de um processo de impeachment”. O parlamentar disse ainda não aceitar que se resolva a sucessão por eleições indiretas. “A posição do PT é por eleições diretas. Temos que votar Uma PEC que estabeleça eleições diretas imediatas.”

Para a deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), as denúncias “são uma bomba que cai sobre eles”. “A partir de agora, espero que as forças democráticas representadas nesta Casa, com um direta articulação com a sociedade civil organizada, os movimentos e o fórum de partidos que estejam conduzindo este processo, rejeite essa pauta que estava sendo seguida, de reforma da previdência e trabalhista, todas elas que estavam sendo jogadas por esse presidente ilegítimo, corrupto e golpista. É uma oportunidade para que o País retome o seu curso natural”

Em nota, o Palácio do Planalto afirma que Temer “jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. “(Temer) não participou e nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar.” Segundo o Planalto, o diálogo no encontro em março com Joesley não teve “nada que comprometesse a conduta do presidente da República”.

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