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sexta-feira, 29 março, 2024

De janeiro a julho deste ano, 57 mulheres foram mortas no ES

O Núcleo de Enfrentamento às Violências de Gênero em Defesa dos Direitos das Mulheres (Nevid) contabiliza 57 casos de homicídios de mulheres até julho de 2021 no Espírito Santo

Por Munik Vieira

Monitoramento é realizado pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES). Ao todo, foram contabilizados 57 casos de homicídios de mulheres no Espírito Santo de janeiro a julho de 2021.

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O relatório, que conta com dados coletados pelo Observatório de Segurança Pública (OSP) da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado (Sesp), registrou que 35% desses casos foram identificados como feminicídio – assassinatos de mulheres cometidos em razão do gênero – e que, em sua maioria, foi praticada por companheiros, maridos ou namorados.

A estatística traz dados desde 2016 e lembra casos conhecidos no Espírito Santo, como o de Milena Gottardi, baleada com um tiro na cabeça em 2017, e cujo julgamento dos seis acusados, incluindo o ex-marido da vítima, foi adiado para o dia 23 de agosto deste ano.

Disponibilizado mensalmente desde 2016 na aba do Nevid no site da instituição, o relatório apresenta a evolução dos casos, a quantidade de registros pelas regiões do Estado ao longo dos meses, inclusive com a média diária.

Ao tratar dos homicídios dolosos, o documento estima que 24% das mortes em 2021 foram de mulheres entre 35 e 49 anos e que 60% das vítimas foram mortas por arma de fogo. Quando o recorte é feito especificamente para os 20 casos de feminicídio somados até este mês, os números registram que, em 47% dos casos, as vítimas eram mulheres de 30 a 39 anos e que 39% dos autores eram os companheiros das vítimas. Em comparação com os números do ano passado, os primeiros sete meses de 2021 registraram quatro casos a mais do que os somados até julho de 2020.

Veja o relatório completo

Atuação do MPES

O Ministério Público Capixaba, por meio do Nevid e dos integrantes da instituição, vem atuando firmemente no fomento de políticas públicas de enfrentamento à violência contra as mulheres, promovendo a articulação das redes de atendimento às mulheres em situação de violência de todo o Estado, com a realização de oficinas e capacitações. A instituição acredita que promover o diálogo entre o Poder Judiciário, secretarias municipais, Polícias Civil e Militar, Defensoria Pública e movimentos de proteção aos direitos das mulheres é de extrema importância para a formação de uma rede segura e eficiente de proteção e acolhimento às vítimas de violência.

Quanto aos casos de feminicídios registrados neste ano, a coordenadora do Nevid, promotora de Justiça Cristiane Esteves Soares, disse que é necessário entender que este é um crime brutal, que decorre de uma escalada de violências, como ameaças, agressões físicas, ofensas morais e outras formas de violação de direito. “Muitas vezes, pode começar com uma frase como ‘você não é boa o suficiente’ e passar para o controle e ciúmes excessivos, além de ameaças de morte. Depois, pode evoluir para a violência física até finalizar com o crime brutal”, explicou. A promotora de Justiça destacou a atuação do núcleo e dos promotores e promotoras de Justiça da instituição para a diminuição dos índices de violência contra a mulher.

O MPES lembra que a sociedade tem papel fundamental no enfrentamento à violência contra a mulher e que a denúncia, mesmo que anônima, é muito importante. Por isso, a atuação integrada do Nevid junto à Ouvidoria da instituição busca constante qualificação dos atendimentos e registros de fatos pelo telefone 127. O contato com a instituição também pode ser feito pelo e-mail [email protected] ou diretamente nas Promotorias de Justiça das Comarcas. Outros serviços de denúncia anônima são disponibilizados por meio da Central-Ligue 180 ou Disque-Denúncia 181. A Polícia Militar também pode ser acionada 24 horas, por meio do telefone 190.

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