Em 2021, registraram-se 8.076 óbitos pela Covid-19 no estado, sendo que 74% dessas mortes ocorreram nos cinco primeiros meses do ano contra 722, em 2022
Por Wesley Ribeiro
Com mais de 7,4 milhões de doses de vacina contra a Covid-19 aplicadas na população capixaba, o Espírito Santo vive uma realidade positiva em decorrência das coberturas vacinais, como a redução dos indicadores de óbitos pela doença, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa).
De janeiro deste ano até a última terça-feira, 22 de fevereiro, o estado somava cerca de 377.700 casos confirmados pela doença e 722 óbitos, com letalidade de 0,19%. No ano 2021, embora tenha o total de casos superado pelo ano seguinte, já que 2021 registraram-se 365.700 casos, o número de óbitos chegou a 8.076 óbitos e a letalidade era de 2,20%.
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Vale ressaltar que 74% dos óbitos em 2021 aconteceram nos cinco primeiros meses, período no qual a vacinação ainda era destinada a pequenos grupos, devido à escassez de imunizantes, segundo a Sesa. Por isso a comparação faz sentido.
“Temos hoje excelentes coberturas vacinais de primeira e segunda doses na população acima dos 18 anos, além da cobertura de mais de 85% nas doses de reforço nos idosos. Entretanto, os indicadores podem ser ainda melhores se conseguirmos ampliar as doses de reforço nas demais faixas etárias e também uma maior adesão das famílias para a vacina infantil”, ressaltou a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações e Vigilância das Doenças Imunopreveníveis, Danielle Grillo.
Ela explica também que a Covid-19 é uma doença imunoprevenível e que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem quatro imunizantes disponíveis à população acima de 5 anos de idade.
“Diferentemente do primeiro semestre de 2021, hoje temos ampla disponibilidade de doses à população. E como uma doença imunoprevenível, as vacinas ajudam a reduzir casos graves e, consequentemente, os óbitos”.
Acelerar a vacinação para melhores coberturas
O Espírito Santo, segundo a Plataforma Vacina e Confia, já apresenta 89% de cobertura de primeira dose da população vacinável e de 77% de cobertura na segunda dose. Em relação à dose de reforço, a cobertura é de 33%.
De acordo com a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações e Vigilância das Doenças Imunopreveníveis, Danielle Grillo, a baixa cobertura das doses de reforço se dá, em especial, pela redução na procura da população de 18 a 59 anos.
“Temos apenas 51% de cobertura vacinal em doses de reforço desta população, na qual mais de 1,5 milhão de pessoas estão com esquemas aptos a recebê-la. É uma população que precisa seguir o exemplo dos idosos, que buscam a dose de reforço como estratégia importante no enfrentamento à Covid-19 e já apresentam a cobertura de 85%”, informa.
Vacinação infantil
Outras coberturas que a coordenadora destaca que se faz importante ser ampliada é referente à D1 de crianças de 5 a 11 anos e D2 de adolescentes de 12 a 17 anos, que apresentam, respectivamente, 34% e 65%.
“Nos reunimos semanalmente com os municípios para fortalecer as estratégias de vacinação nestes dois públicos, como a definição de ações em espaços escolares. Trabalhamos com a cobertura ideal de 90% para proteção da população e a nossa orientação, mesmo com feriados como o Carnaval, é que os municípios ampliem os pontos de vacinação e horários de funcionamento, visando à melhoria das coberturas vacinais”.