Saiba porque alguns produtos tiveram o preço elevado na comparação com a última edição do torneio
Por Amanda Amaral
Os capixabas já se animam para a próxima Copa do Mundo, que tem início no dia 20 de novembro. Contudo, é melhor preparar o bolso, pois os itens a serem consumidos durante o campeonato podem registrar alta de até 100% se comparados com a última edição do torneio, em 2018.
Mas quais são os fatores que estão provocando a elevação de preço em produtos como televisores, carne bovina e até camisa da seleção brasileira? O levantamento da XP Inc., além de registrar para diferentes itens inflação de dois dígitos em quatro anos, explica porque alguns deles são mais impactados do que outros pela inflação.
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Por exemplo, a tradição de trocar figurinhas com os amigos em busca de completar o álbum oficial também ficou 16,5%. Somente o pacote com cinco figurinhas dobrou de preço na comparação a última Copa do Mundo.
Disrupção da cadeia global
Para assistir aos jogos a televisão é item indispensável para a maioria, já que nem todos podem assistir aos jogos no Catar. Porém, o produto está 17% mais caro do que em 2018, caso algum torcedor ainda sinta necessidade de trocar de aparelho.
Este é o único item a registrar quedas consistentes de preço desde 2006, por conta dos ganhos de produtividade e mudança rápida da tecnologia. Porém, segundo a XP, com os efeitos da pandemia, o aumento da demanda e o setor severamente impactado pela disrupção da cadeia global de suprimentos, os preços passaram a subir.
Demanda global e crise hídrica
E se a ideia é fazer um churrasco para acompanhar o jogo, o brasileiro vai desembolsar em média 80% mais para comprar a carne, 18% para cerveja e 24% para o refrigerante e a água.
“A alta do primeiro item está associada à maior demanda global, elevação dos custos de grãos e queda da área de pastagens com a crise hídrica de 2020 e 2021. Cerveja e refrigerante, em paralelo, tiveram alta relevante de custos, especialmente de embalagens, com cotação em dólares”, afirma Cecília Entringer Perini, líder regional do Espírito Santo.
Bares x domicílio
Além dos torcedores caseiros, existem também aqueles que preferem acompanhar os jogos fora de casa, num bar, por exemplo. Se este é o seu caso, você vai gastar cerca de 15% a mais para comprar a cerveja e +20% para água e refrigerante.
“A inflação é levemente menor em comparação à compra no supermercado, mas vale lembrar que, na média, consumir fora do domicílio é 15% mais caro”, ressalta a executiva da XP.
Cadeia de fornecedores e retomada do consumo
Se você não deixa de se uniformizar para assistir aos jogos, se prepare: para adquirir uma camisa oficial da Seleção Brasileira você vai desembolsar R$ 349,99, segundo o site oficial da Nike, superando em 40% o valor pago em 2018, e bem acima da inflação acumulada no período (26,8%).
A XP destaca que, com relação à isso, é importante lembrar que o setor de vestuário vem batendo seus recordes para variação em 12 meses – a maior desde 1995, em meio ao Plano Real – e chegou a alcançar 16,66% em julho em decorrência de dois fatores.
O primeiro deles os desajustes nas cadeias que fornecem matéria prima para o setor, forçando o repasse do aumento de custos para os consumidores. O segundo relacionado à retomada do consumo com a reabertura da economia em meio ao motivo anterior. O aumento e volatilidade do câmbio também tem parte nisso, dado que o produto é tabelado e possui o mesmo valor em dólares para todo mundo.
Sobre a XP Inc.
A XP Inc. é uma plataforma tecnológica de investimentos, serviços financeiros e educação, dona das marcas XP, Rico, Clear, Infomoney, XPeed, entre outras. A XP Inc. tem mais de 3,5 milhões de clientes e R$ 873 bilhões de ativos sob custódia.