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sexta-feira, 29 março, 2024

Coletivo Tresbeira une a oralidade de Guimarães Rosa e Mia Couto

A ocupação artística será transmitida pelas redes sociais das bibliotecas e será composta por diversas atividades virtuais

Inspirados nos universos literários de Guimarães Rosa e Mia Couto, o Coletivo Tresbeira ocupa virtualmente cinco bibliotecas públicas e comunitárias na cidade de São Paulo com o projeto Meio a Meio o Rio Ri: Quando a Palavra de Guimarães Deságua em Mia Couto e Inunda Tudo.

  • As ações acontecem na Biblioteca Pública Paulo Duarte, nos dias 16, 18, 20, 23 e 25 de agosto, às 13h;
  • Biblioteca Municipal Clarice Lispector, nos dias 30 de agosto, 1º, 3, 7 e 9 de setembro, às 20h;
  • Biblioteca Comunitária EJAAC, nos dias 13, 15, 17, 21 e 13 de setembro, às 20h;
  • Biblioteca Pública Brito Broca, nos dias 28 e 30 de setembro e 4, 6 e 8 de outubro, às 17h;
  • Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato, nos dias 18, 19, 20, 21 e 22 de outubro, às 20h.

A ocupação artística será transmitida pelas redes sociais das bibliotecas e será composta por diversas atividades virtuais. Serão apresentadas narrações e contação de história dos contos escolhidos, seguidas das ações reflexivas, momento onde os especialistas convidados Cintia Ribeirão da Rocha e Serginho Henrique falam a respeito da obra dos dois autores; os integrantes do coletivo também participam comentando suas impressões e relação com o texto. Os assuntos abordados nessas ações serão trazidos de forma a dar uma visão sobre o processo artístico do grupo. Ainda compõe o quadro de atividades da ocupação, postagens de vídeos curtos com leituras dramáticas, chamados de pílulas narrativas, e de composições com fotografias feitas durante o processo criativo do projeto, as aparições poéticas. Ambas atividades exploram elementos do universo virtual a fim de trazer para o público uma experiência sensível e mais próxima das obras, e também oferecer uma prévia das contações de histórias.

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Coletivo-Tresbeira1
Foto: Divulgação – Coletivo

São 7 contos selecionados, sendo três de Guimarães Rosa (Desenredo, A Terceira Margem do Rio e Sorôco, Sua Mãe, Sua Filha) e quatro de Mia Couto (Nas Águas do Tempo, O Cesto, Rosita e O Dia Em Que Explodiu Mabata-bata). Cada biblioteca terá uma ordem diferente de apresentação, sendo escolhido um conto por dia de apresentação.

Foi na universidade, durante a graduação em Artes Cênicas pela Unicamp, que o grupo de artistas se debruçou sobre a recriação de imagens e cenários encontrados em Grande Sertão: Veredas e sua reverberação em contos do moçambicano Mia Couto. Ainda com o nome d’A Pedra Cia, ciaram o espetáculo Carcaças, em 2017. Após rearticulações e já instalados na capital paulista como Coletivo Tresbeira, em 2019 decidiram seguir com a investigação deste ambiente literário e buscar um diálogo mais próximo com o público desenvolvendo parcerias com bibliotecas e centros culturais valorizando os espaços públicos de leitura capilarizados por toda a cidade de São Paulo.

Coletivo-Tresbeira
Foto: Divulgação – Coletivo

“Partimos, sobretudo, da valorização de dois autores de língua portuguesa, Guimarães Rosa e Mia Couto, por pautarem suas obras em vivências de povos cuja usual representação os marginaliza. Suas temáticas, ligadas à realidade nacional ou nossos processos históricos, reescrevem traços importantes da identidade e cultura dos respectivos países e suas obras são internacionalmente reconhecidas por sua qualidade,” conta o ator Eder Asa.

O nome do projeto – Meio a Meio o Rio Ri – é uma referência a canção Terceira Margem do Rio, de Caetano Veloso e Milton Nascimento, criada a partir do conto homônimo de Guimarães Rosa, exemplo da relação direta entre a música e as obras escolhidas. “Buscamos apresentar um acesso e um recorte aos contos desses dois importantes autores, propondo narrações e outras entradas sensíveis a suas obras, na expectativa de refletir sobre seus universos literários e incentivar sua leitura”, fala Eder.

Ao escolher as bibliotecas públicas e comunitárias, em sua maioria com localizações periféricas, o grupo acredita na força da relação como convite ao conhecimento e leitura, não só desses universos poéticos, mas de toda a importância do ato de ler. Além da urgência em incluir esses espaços nos roteiros de fruição artísticas, em diferentes linguagens. “Buscamos essas parcerias com um trabalho em continuidade nas periferias dessa grande megalópole, por acreditarmos na descentralização dessa fruição artística e na importância do diálogo com essas juventudes. Acreditamos, assim, na força dessas histórias como convite ao conhecimento e leitura não só desses universos poéticos, mas de toda a magia e importância do ato de ler”, conclui Eder.

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