Com seis décadas de trabalho, entidade percebe endividamento como gargalo neste ano.
Por Gustavo Costa
No ano em que celebra seis décadas de atuação na capital do Espírito Santo, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Vitória segue pautada por propor soluções mais adequadas para os empresários, ajudando a desenvolver também a economia do Espírito Santo. Neste ano, o grande desafio está no endividamento da população.
Para o presidente da CDL Vitória, Rogério Abranches Alcântara, contornar esse gargalo passa pela recuperação do poder de compra, melhora da renda, queda da inflação e redução, ainda que pequena, da taxa de juros.
Segundo ele, o ano sinaliza momentos de menor turbulência no varejo e os empresários estão mais otimistas para 2024. “A alta real das vendas chegou a quase 2% em 2023. As quase 5,5 milhões de empresas de comércio em atividade no Brasil comemoram o aumento de clientes. Dentre os trabalhadores formais, 9,9 milhões estão no comércio. Se não houver desvio de rota, 2024 será melhor do que 2023. É preciso gerar confiança na economia para garantir crescimento”, falou Alcântara.
Atualmente, a entidade representa mais de 1.500 empresas associadas, que contam com soluções como SPC, coworking, endereço fiscal, certificado digital, CDL Saúde, estúdios de gravação e muito mais.
O auxílio às empresas de Vitória se dá por meio de treinamentos, capacitações, parcerias e convênios em diversas áreas. “Nosso desafio é estar sempre atentos às tendências e novas tecnologias para oferecer soluções para impulsionar os negócios e ampliar a rede de contatos dos empreendedores através de networking empresarial. Vejo um futuro promissor, com comércio aquecido, o que beneficia a economia e a população”, explicou o presidente.
Do cheque ao pix
A CDL surgiu em 18 de fevereiro de 1964, liderada pelo comerciante Humberto Cosate, em um cenário de comércio marcado pela informalidade, e com alto número de vendas na base do fiado. “A entidade cresceu em representatividade ao adotar um modelo que estava sendo implantado por empresários gaúchos e que seria o precursor do atual Serviço de Proteção ao Crédito (SPC)”, disse Alcântara.
De acordo com ele, foi apenas em 1987 que se fez a migração de todas as informações registradas em fichas para arquivos informatizados em servidores, com a informatização da base de dados do SPC. “E, em 2003, ocorreram as integrações regionais e estaduais. A base de dados de Vitória passou, então, a integrar o SPC Brasil”, lembrou o atual presidente.
Mudanças vieram, o cheque se popularizou, depois veio o cartão, as registradoras, os computadores, e finalmente, em tempos de pix, hoje o comércio se coloca como um ambiente de alta tecnologia, com soluções rápidas e eficientes.