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sábado, 11 maio, 2024

Bitcoin: oferta, procura e especulação marcam ativo financeiro

Analistas avaliam que, diferente das ações na bolsa, criptomoedas não possuem “valor intrínseco”

Por Anderson Neto

O Bitcoin é um ativo digital, utilizado para comprar e vender produtos e serviços pela internet. Diferente de outras moedas, como o real ou dólar, o Bitcoin hoje só existe no meio virtual, sendo guardado em uma carteira digital. E o valor de sua cotação em relação ao Real pode assustar quem não está familiarizado com esse ativo financeiro. Neste 31 de agosto, por exemplo, 1 Bitcoin equivale a R$ 130.176,04, em baixa de 2,52%.

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A criptomoeda surgiu em 2009, como uma forma de facilitar as negociações pela internet. Não se sabe muito sobre o seu criador, apenas que se trata de um programador, ou grupo de programadores, que utiliza o pseudônimo de Satoshi Nakamoto.

O objetivo do Bitcoin em sua fundação era funcionar como uma moeda descentralizada, sem uma instituição financeira, como um banco, para intermediar a troca de dinheiro entre duas pessoas. Assim as transações pela internet poderiam ser mais rápidas, baratas e as criptomoedas poderiam ser utilizadas em qualquer país, sem limites ou condições especiais.

Devido à sua rápida valorização, o Bitcoin se tornou, para muitos, a oportunidade de uma aplicação com alto potencial de retorno. Milhares de pessoas multiplicaram seu dinheiro com a compra de Bitcoins.

Valor intrínseco

O conselheiro do Comitê de Finanças do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-ES), Marcel Lima, avalia que, diferentemente das ações na bolsa de valores, as criptomoedas não possuem o que chamamos de “valor intrínseco”.

“Na prática, isso significa dizer que é muito difícil avaliar se essas moedas digitais estão caras ou baratas, porque o seu preço depende unicamente da oferta e da demanda por elas. Quando mais pessoas compram Bitcoins, por exemplo, os preços sobem. Nesse caso, a valorização das criptomoedas depende exclusivamente do interesse das pessoas em as adquirirem, o que é extremamente difícil de prever, avalia o especialista do Ibef-ES.

O especialista conta que as criptomoedas hoje são negociadas em ambiente não regulado, ou seja, não existe uma fiscalização de órgão específico para evitar fraudes nesse setor.

“No mercado de ações, por exemplo, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) atua ativamente nas corretoras para evitar problemas e, por terem ‘valor intrínseco’, as ações podem ser qualificadas como baratas ou caras em relação ao preço de mercado”, relata Marcel.

Cotação

Em relação à fixação do valor de cotação do Bitcoin em relação ao Real, o economista e ex-conselheiro do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (Corecon-ES), Heldo Siqueira, explica que o que acontece, na verdade, é um processo de especulação.

“Como as transações diretamente em Bitcoin são poucas, o que há na verdade é a especulação com o valor da criptomoeda em Reais. A maior parte da valorização do Bitcoin não está baseada na ideia de que os agentes buscam transacionar a moeda, mas ter lucros em Real” informa.

Ele segue, dizendo que o valor do Bitcoin “é cotado de acordo com a propensão das pessoas em abrir mão de moeda corrente, no caso do Brasil, Reais, para adquirir Bitcoins na esperança do lucro. É a boa e velha lei da oferta e da demanda. Na prática, é como qualquer outro tipo de ativo financeiro”, disserta.

Sobre a expectativa de crescimento do Bitcoin, Heldo Siqueira afirma que “com a queda das taxas de juros no Brasil, os títulos de renda fixa ficarão menos atrativos. Isso significa que os investidores buscarão outras alternativas para ganhos. As criptomoedas certamente estão entre essas alternativas”, destaca Heldo Siqueira.

Mesmo assim, o economista afirma que é preciso observar o que acontecerá nos Estados Unidos. “Um aumento dos juros por lá pode fazer os investidores migrarem para o Dólar ao invés de outros investimentos, como criptomoedas”, profetiza.

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