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quarta-feira, 1 maio, 2024

Bares e restaurantes ainda se ressentem dos efeitos da pandemia

Covid-19 trouxe grandes prejuízos, mas também ajudou a modernizar o setor

Por Robson Maia

Ainda vivenciando um cenário de recuperação, após anos considerados sombrios devido aos efeitos da pandemia do Coronavírus, o setor de serviços de alimentação no Espírito Santo deu sinais de crescimento e modernização
no ano de 2023.

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A adaptação à imposição de diversas normas e protocolos sanitários para conter o avanço do vírus resultou em que os bares e restaurantes se tornaram mais digitais em 2023. É o que aponta o levantamento realizado pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), que representa as instituições em nível nacional.

O estudo, divulgado no mês de junho, apontou que 83% dos estabelecimentos utilizam, atualmente, algum tipo de software para controlar o fluxo de vendas. Os dados apontaram ainda que 75% empregam ferramentas para o controle financeiro e 67% adotam soluções para o serviço de delivery. No entanto, ainda há espaço para crescimento em áreas como controle de reservas, aspectos jurídicos e segurança alimentar.

Quase a totalidade dos estabelecimentos, cerca de 99%, possui também presença em pelo menos uma rede social para fins de marketing e relacionamento com os clientes, de acordo com a pesquisa. As plataformas mais utilizadas são Instagram, WhatsApp e Facebook, nessa ordem.

O presidente da seccional capixaba da Abrasel e do Sindicato dos Restaurantes, Bares e Similares do Espírito Santo (Sindbares), Rodrigo Vervloet, observa que a inclusão de estratégias digitais nos negócios também aumentou no Espírito Santo.

Curva da Jurema. Foto: William Girelli
Inserido nas políticas estaduais de turismo, setor vai se beneficiar da criação de novos polos gastronômicos, como o da Curva da Jurema. Foto: William Girelli

“Essa tendência é seguida no Espírito Santo, sim. É uma evolução que vem acontecendo há algum tempo. Depois da pandemia, as pessoas passaram a se adequar cada vez mais e se adaptarem às tendências digitais. Se hoje o estabelecimento não tem uma plataforma digital, fica difícil se manter no mercado”,
afirma Vervloet.

O dirigente pontua que é quase impossível dissociar o setor dos efeitos da pandemia, mesmo após quase dois anos de afrouxamento das políticas sanitárias. “Sem dúvida, ainda enfrentamos muita dificuldade com as consequências da pandemia, mas também por outros desafios, como é o preço dos alimentos. Estamos lutando para melhor servir a população, porque esse é nosso objetivo, mas é um setor que ainda está se levantando, buscando os patamares de 2018 e 2019. É um setor que precisa de atenção, não só da população, mas também de um olhar mais atento do poder público”, disse.

O pleito por maior atenção por parte dos poderes públicos gerou encontros com representantes do Legislativo estadual sobre pautas consideradas importantes. Os empresários manifestaram à Frente Parlamentar em Defesa da Alimentação Fora do Lar, presidida pelo deputado Lucas Scaramussa (Podemos), sua preocupação com leis que municipais e estaduais propostas sem o diálogo direto com o setor. “O segmento tem muito receio dessa intervenção estatal na iniciativa privada”, avaliou Vervloet.

Em sua avaliação, apesar das boas intenções na elaboração das medidas, os efeitos práticos não são levados em conta. Um dos exemplos citados por Vervloet é a medida que exige que os estabelecimentos tenham cardápio em Braille, com multa para quem descumprir a norma. “Tivemos uma dificuldade gigantesca em achar o instituto para fazer o cardápio. E mais da metade das pessoas que são cegas não sabem ler Braille”, revelou o representante, destacando a falta de efetividade da iniciativa.

Apesar das oscilações resultantes da instabilidade econômica vivida pelo país, o setor de bares e restaurantes ainda é um dos que mais geram empregos no país. No Espírito Santo, ele é responsável por mais de 10 mil empresas que empregam, atualmente, mais de 50 mil funcionários.

No Estado capixaba, a atividade desempenhará um papel ainda mais importante nos próximos anos, já que agora está incluída nas políticas estaduais que reconfiguram estrategicamente o apoio ao turismo – uma das principais apostas do Governo do Estado para contornar o déficit financeiro esperado com a reforma tributária.

Bares e restaurantes ainda se ressentem dos efeitos da pandemia
Fonte: Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel)

O cenário gastronômico de Vitória, capital do Espírito Santo, tem ganhado destaque nacional. Uma pesquisa desenvolvida pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) apontou que o município capixaba é o terceiro do país com a maior oferta de bares por habitante.

O levantamento, baseado no novo Censo e nas informações da Receita Federal, aponta que Vitória tem 149 bares para cada 100 mil moradores, ficando atrás apenas de Belo Horizonte e Florianópolis.

A capital é reconhecida por reunir grandes polos gastronômicos, com o Triângulo das Bermuda, na Praia do Canto, a Rua da Lama, em Jardim da Penha, além da tradicional Rua Sete, no Centro

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