Animal Trees, Gueersh (RJ) e Wagner Almeida (MG) se apresentam neste sábado (4) na sala Pós Cirúrgica, Centro de Vitória
O projeto de post-rock capixaba Animal Trees, do instrumentista, compositor, produtor Vitor Toledo, apresenta o show de lançamento de seu álbum de estreia “Espelho Trincado” no Centro de Vitória, na Sala Pós Cirúrgica, que reunirá também as performances da banda Gueersh (RJ) e do músico Wagner Almeida (MG) neste sábado (4), a partir de 17h. Os ingressos estão à venda por R$25 antecipado no Sympla. No dia do evento, as entradas continuam a venda por R$ 30 na portaria.
Com dois EPs lançados (“the sun/the moon”, de 2018, e “Reflected”, de 2020), o projeto solo ativo desde 2018 tem como proposta fazer música instrumental baseada em loops, alinhando-se a vertentes do post-rock, experimental, alternativo e eletrônico. No novo disco, composto por 10 faixas inéditas, o artista explora uma sonoridade melancólica e expressiva e também inaugurou a presença da voz em algumas composições com “spoken-word” (música falada) e vocais gritados que funcionam para criar uma atmosfera de conflito interno e confusão entre realidade e sonho. O disco está disponível nos canais do Animal Trees no YouTube, Bandcamp e Spotify.
Entre as principais influências do trabalho recente estão bandas como Mogwai e Explosions In The Sky que inspiraram o músico a criar progressões graduais e melódicas e desfechos explosivos e catárticos; Tortoise, que trouxe uma abordagem experimental nas construções melódicas, e El Ten Eleven, na sobreposição de loops e inclusão de elementos eletrônicos.
O álbum explora a mistura de ritmos com instrumentação orgânica tradicional ao estilo post-rock, beats eletrônicos, sintetizadores e elementos como a batida do trap, a levada da marcha carnavalesca e as baterias sequenciadas do new wave.
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Fugindo de estruturas convencionais e explorando diferentes padrões rítmicos, não se limitando ao tradicional 4/4, Animal Trees também dá espaço ao ruído e ao desenvolvimento de texturas sonoras em momentos estratégicos.
O processo de criação do álbum começou em 2019, com a composição das músicas. Inicialmente, Vitor Toledo não tinha a definição clara de que essas músicas viriam a se agrupar e formar um álbum, mas ao final daquele ano já tinha todas as composições finalizadas (exceto “Desfigura”) e o conceito do disco estruturado. Ele submeteu o projeto de gravação e difusão do álbum no edital da SECULT, mas o projeto não foi classificado, então decidiu continuar com o trabalho e produzir por conta própria, em casa.
“No fim das contas, acredito que esse desfecho foi para o melhor, porque poder imergir no projeto, sem limitações de tempo, leva a resultados muito mais profundos e que traduzem sua visão de forma mais fiel. Mas ao mesmo tempo, foi um processo muito mais lento e trabalhoso: as gravações aconteceram entre 2021 e 2022, e a pós-produção (mixagem e masterização) em 2023, tudo feito sozinho, por conta própria. Produzir um disco independente passa por várias etapas, todas bem trabalhosas, e tudo isso se mistura com as outras demandas da vida. No fim, acho que esse processo foi importante pro álbum ter a sonoridade que tem, e pro conceito ser melhor desenvolvido e fortalecido (tanto visualmente, quanto tematicamente)”, compartilha o artista.
O álbum começa de forma mais leve com as faixas “Da janela” e “Drenado”, em seguida transitando para uma sonoridade mais obscura em “Esse espelho não reflete minha imagem”.
“Não há vitória quando o inimigo está dentro” é o ponto mais melancólico do álbum, com guitarras repetitivas, piano denso e pads atmosféricos.
“Desfigura” habita o espaço da confusão entre sonho e realidade, com instrumentação etérea e letra surrealista, que desenvolve para um dos momentos mais intensos do álbum, com baterias explosivas, coros gritados e barulhos preenchendo o espaço.
A oitava faixa, “Primavera tardia” surge como um prisma de esperança que antecede os últimos momentos do álbum, temporariamente desviando para uma sonoridade otimista e dançante.
Já a penúltima faixa, “A colisão”, começa com uma levada eletrônica excêntrica e um dueto de xilofones à la Tortoise em “TNT”, mas explode numa catarse ao final, como um punho que colide contra o espelho.
Como resultado, resta apenas “A imagem nos estilhaços”, faixa mais eletrônica do que o restante das composições, finalizando o registro no tom melancólico que predomina ao longo dos 41 minutos de disco.
Serviço:
Animal Trees, Gueersh (Rj) e Wagner Almeida (MG)
Sábado (4), 17h
Sala Pós Cirúrgica – R. Prof. Baltazar, 123 – Centro, Vitória
Ingressos: R$25 antecipado no Sympla; R$ 30 na portaria.