Maior parte dos casos ocorre em lagos, lagoas e represas
Por Kebim Tamanini
No Espírito Santo, a cada quase três dias, uma vida é perdida devido a afogamentos em 2024. De janeiro a junho deste ano, 73 pessoas morreram afogadas, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp).
Do total, a maior parte dos casos (28 óbitos) ocorreu em lagos, lagoas e represas. Outros 19 casos aconteceram em locais com correnteza, como rios e córregos, e 13 mortes foram registradas no mar. Esse cenário preocupante não é novo: em 2023, o Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo (CBMES) registrou a maior incidência de óbitos dos últimos cinco anos, com 168 mortes por afogamento.
O médico David Szpilman, um dos maiores especialistas em afogamentos e membro da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático alerta que o maior número de vítimas atualmente está entre aqueles que acreditam saber nadar. “Os cuidados devem ser redobrados onde não há profissionais para o socorro imediato. É o caso de áreas naturais, como rios, cachoeiras, lagos e represas”, ressalta.
Em áreas naturais, a partir dos 10 anos, os afogamentos são mais frequentes. Lugares que aparentam calma, com águas tranquilas, podem esconder grandes perigos, como correntezas e profundidades inesperadas. “A aparência do lugar pode ser de calma, de água tranquila, mas, na prática, pode revelar grandes perigos, como a correnteza e a profundidade, que não são visíveis”, destaca Szpilman.
Em casa, a atenção deve ser redobrada, pois pequenos descuidos podem levar a tragédias que poderiam ser evitadas com simples precauções. “A caixa d’água e o vaso sanitário devem permanecer tampados, e as banheiras nunca devem ser deixadas cheias”, finaliza.