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sexta-feira, 26 abril, 2024

A indiferença de parte da torcida com a seleção de Tite

Números do treinador no time canarinho são atraentes, mas futebol não

Tite, treinador da seleção brasileira, vive grande dilema no cargo mais cobiçado do futebol mundial. De quase unanimidade, quando assumiu a função em 20 de junho de 2016, para as mais variadas críticas na eliminação para a Bélgica nas quartas de final da Copa do Mundo de 2018, na Rússia, quando foi acusado de não conhecer as estratégias e táticas das grandes seleções europeias, o trabalho prosseguiu mirando o Mundial de 2022, no Catar.

É verdade que todos os treinadores que passaram pela seleção brasileira viveram altos e baixos. Porém, algo diferente acontece no relacionamento de Tite com a torcida brasileira: a indiferença. Os torcedores estão desanimados, não acreditam na conquista do título mundial, entendem que o treinador é pedante e suas convocações repletas de equívocos. Como se diz popularmente, existe uma panelinha. Ou seja, um grupo de amigos é chamado independente do futebol apresentado.

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Não existe unanimidade no futebol brasileiro. Ainda bem! Mas o assustador é que a maior parte do torcedor brasileiro segue indiferente ao trabalho de Tite, pessimista com o futuro da seleção brasileira e não acreditando no potencial técnico de vários jogadores convocados pelo treinador.

O maior exemplo foi dado na última sexta-feira (29), quando Tite convocou o Brasil para dois jogos das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo, contra a Colômbia (no dia 11 em São Paulo) e a Argentina (dia 16 em San Juan). Ninguém entendeu a convocação do meia-atacante Philippe Coutinho, em péssima fase no Barcelona e há anos enfrentando lesões e má fase técnica, nem a ausência do atacante Vinícius Júnior, do Real Madrid, um dos melhores brasileiros jogando no futebol europeu.

Esses são apenas dois exemplos recentes que mostram que Tite não fala a língua do torcedor brasileiro. E, no contato com a imprensa especializada, ele sempre tem explicações nada convincentes, justificativas infundadas e conceitos voltados ao passado. O futuro será promissor assim? Os garotos, que neste ano foram medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Japão, não seriam o melhor caminho para o sucesso? Mas, se a torcida clama por renovação, o treinador insiste em repetir erros do passado. O resultado é que a indiferença da torcida com a seleção só aumenta.

Desempenho ou eficiência?

O torcedor ou crítico especializado que analisar friamente apenas os números da seleção brasileira sob o comando de Tite ficará animado. Na Copa América, o Brasil foi campeão em 2019 em cima do Peru e perdeu a edição de 2021 para a Argentina. Duas finais nas duas últimas edições da competição. O problema é que ganhou de um adversário fraco e perdeu de um forte.

Nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2022, o Brasil está invicto e lidera com tranquilidade. Sua vaga no Mundial está praticamente garantida. Em 11 jogos, foram 10 vitórias e um empate, com 26 gols marcados e apenas quatro sofridos. Desempenho excelente.

O problema é a eficiência, aquela que pode dar à seleção brasileira o sonhado título da Copa de 2022. O futebol apresentado encanta? Não! Quando bem marcado, como aconteceu na última final da Copa América pela Argentina, o Brasil consegue mostrar algo a mais? Não! Quando Neymar, o único craque brasileiro, não desequilibra temos outra alternativa? Não! Existem repertórios de esquemas táticos e variações de jogadas? Também não! Preocupante!

Esses são os grandes problemas da seleção brasileira. Tite pode, e deve, escalar os melhores. Aqueles jogadores que estão em grande fase em seus clubes, e em condições de colocar em prática dentro do campo o que for traçado pelo treinador. No entanto, os melhores nem sempre são convocados. As preferências pessoais do comandante do time canarinho geralmente são priorizadas em detrimento do que todos, torcedores e críticos especializados, acompanham. E por isso existe tanto pessimismo.

É possível que Tite minimize essa indiferença da torcida brasileira pela seleção brasileira? Sim! A Copa acontecerá somente nos meses de novembro e dezembro de 2022. Mas, para que isso aconteça, será necessário que o treinador mostre que existem justiça e critérios bem definidos em suas convocações. Que os melhores jogadores na atualidade tenham as mesmas oportunidades que os seus preferidos. E, principalmente, que o futebol do Brasil encante como os das potências europeias: França, Itália, Alemanha, Bélgica, entre outras.

Não adianta a seleção brasileira ser imbatível nos pontos corridos diante de Peru, Venezuela, Bolívia, Chile, Paraguai, Equador e até mesmo das tradicionais Argentina, Uruguai e Colômbia. E valendo título mostrar suas limitações, como aconteceu recentemente diante dos argentinos, na final da última Copa América em pleno território brasileiro.

A Copa do Mundo cresce de nível a partir dos mata-matas. E a seleção de Tite, quando enfrentou uma força europeia, como a Bélgica no último Mundial, voltou para casa mais cedo. É preciso mudar. Não apenas para cativar o torcedor brasileiro, tão indiferente com o time canarinho. A mudança é necessária, pelo menos, para o Brasil chegar ao Catar bem cotado para brigar pelo título.

Hoje, infelizmente, o Brasil de Tite ainda é uma incógnita. Por enquanto, a indiferença da torcida prossegue em grande escala! E, para tentar mudar essa situação, será necessário que o treinador reveja seus conceitos. É preciso jogar bola para convencer, empolgar e cativar a torcida. Mudar é o caminho.

*Com informações da Agência Brasil

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