Após 64 anos de existência, escola de samba coquista o tão sonhado título de melhor do carnaval.
Em uma apuração pra lá de acirrada, a Acadêmicos do Tatuapé só conseguiu soltar o grito de “É campeã”, na última nota do último quesito. A escola de samba da Zona Leste, que havia ficado em segundo lugar em 2016, este ano venceu com 269,7 pontos, a Dragões da Real, que conquistou o mesmo número de pontos, deixando a decisão para o critério de desempate, sendo o samba enredo primeiro quesito. Em terceiro lugar ficou a Vai-Vai com 269,6 pontos.
A agremiação foi a quarta a desfilar na sexta-feira, no Sambódromo do Anhembi, e levou para a avenida o enredo “Mãe África conta a sua história: Do berço sagrado da humanidade à abençoada terra do grande Zimbabwe”, contado por 3.200 componentes, em 26 alas e cinco carros alegóricos. Como destaques, trouxe Leci Brandão, madrinha da escola, e Sabrina Boing Boing
Após 64 anos de existência, a escola coquista título inédito do Grupo Especial de São Paulo. “É tudo difícil, tudo demorado, na última nota. É a vitória do povo feliz que não desiste, que trabalha muito. Viemos trazer a festa para cá. É uma vitória do nosso povo, do nosso componente, da garra da nossa comunidade. É sempre na raça, da mesma maneira que a gente faz carnaval a gente veio se fechar na nossa corrente e torcer até a última nota”, desabafou chorando o presidente Eduardo dos Santos.
A escola de samba Dragões da Real, do bairro da Vila Anastácio, levou para o Anhembi o enredo “Dragões da Real canta Asa Branca”, enredo que teve como base a famosa música ‘Asa Branca’ composta em 1947 por Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga. Inspirada neste clássico, a Dragões faz desfile vibrante em sons e cores sobre o Nordeste. A bateria e o samba enredo se destacaram na deliciosa festa nordestina que a escola levou para o sambódromo.
A Vai-Vai levou orixás ao Anhembi, em homenagem à Mãe Menininha do Gantois, matriarca do candomblé no Brasil. A escola lembrou os 30 anos da morte da mãe de santo que viveu em Salvador, com o enredo “No Xirê do Anhembi, a Oxum mais bonita surgiu… Menininha, mãe da Bahia – Ialorixá do Brasil”. Fundada por um grupo de notáveis sambistas no bairro do Bixiga, a Vai-Vai é uma das maiores agremiações do Carnaval Brasileiro e a maior campeã do carnaval paulistano com 15 títulos, o último deles em 2015. A atual Miss Brasil, Raissa Santana, desfilou no carro abre-alas, que representou a criação do universo.
A Império da Casa Verde foi a quarta, com 269,4. As notas foram dadas por 36 jurados, que julgaram 9 quesitos: fantasia, bateria, comissão de frente, mestre-sala e porta-bandeira, harmonia, alegoria, evolução, enredo e samba-enredo. As piores escolas foram a Águia de Ouro e a Nenê de Vila Matilde, com 268,2 e 268,1 pontos respectivamente, e ambas foram rebaixadas.
No quesito harmonia, o jurado Bruno Santos esqueceu de dar a nota da Unidos do Peruche. Mas a escola obteve três notas dez, e a média ficou mantida, sem prejuízo à agremiação.Na madrugada do domingo (26), a escola Vai-Vai apresentou um carro com uma espécie de cachoeira com água, que vazou na pista. A Nenê de Vila Matilde, escola que entraria na sequência, atrasou seu desfile em cerca de 1h10 devido às condições da avenida, o que aumentou os rumores de uma possível punição.
Mas, após uma segunda reunião a portas fechadas, a Liga e os presidentes das escolas decidiram não aplicar nenhuma punição. Assim, todas as concorrentes entrarão para apuração podendo atingir a nota máxima.
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