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quarta-feira, 1 maio, 2024

Quando a taxa de juros começa a cair?

O presidente do Corecon-ES, Claudeci Neto, analisa a decisão do Copom, desta quarta-feira (21), de manter a taxa de juros

Por Amanda Amaral

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu por unanimidade, após a reunião desta quarta-feira (21), em Brasília, manter a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano, mesmo após queda da inflação. A expectativa de corte ficou para a próxima reunião em agosto.

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“A ata da reunião passada do Copom sinalizou uma queda na taxa, mas somente em agosto, ainda assim uma redução gradual, sem uma queda brusca. Um anúncio diferente da manutenção na reunião de hoje seria uma surpresa, o mercado não estava prevendo isso, apesar de haver pressão para que a Selic caia”, explicou o presidente do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (Corecon-ES), o economista Claudeci Neto.

Esta é sétima vez seguida que o Comitê decide pela manutenção da taxa, que está neste patamar desde agosto do ano passado, mais alto nível desde janeiro de 2017. O Comitê chegou a divulgar que existe a possibilidade de subir a Selic, caso o processo de desinflação não transcorra como esperado. 

Já a queda nos preços dos combustíveis e de artigos de residência influenciou na redução do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) de maio, que caiu para 0,23%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, o indicador acumulou alta de 2,95% no ano e de 3,94% nos últimos 12 meses, percentual mais baixo do que os 4,18% acumulados até o mês anterior.

As previsões do mercado também caíram. De acordo com o último boletim Focus, publicado na segunda-feira (19), a estimativa de inflação para 2023 passou de 5,42% para 5,12%, já a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) subiu, de 1,84% para 2,14%.

Expectativa de redução

Além da inflação, Claudeci Neto destaca que uma série de fatores reforçam os pedidos pela baixa na Selic. Entre eles: a queda do dólar nas últimas semanas, que contribui para a redução do preço de insumos, influenciando o valor dos combustíveis; o debate sobre o novo arcabouço fiscal e a Reforma Tributária; o crescimento econômico acima do esperado no 1º trimestre de 2023; e a alteração da perspectiva de rating (nota de crédito) do Brasil de estável para positiva.

“A pressão pela queda da taxa de juros começou com o pedido do presidente Lula e se estendeu para a Federação das Indústrias, passando pelo BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e outros setores. Todos estão sentindo que a economia está melhorando. A sociedade como um todo está enxergando um ambiente mais sólido”, explica o economista.

taxa de juros
O presidente do Corecon-ES, Claudeci Neto, comenta a decisão do Copom. Foto: Divulgação

Decisões do Copom

O presidente do Corecon-ES lembra que o Banco Central tem autonomia para a tomada de decisão sobre a taxa de juros e que, apesar da tendência de redução, seus efeitos não serão imediatos. “O Banco Central possui muito mais informações para a análise da taxa de juros do que nós leigos e qualquer outra instituição do país, são números a respeito do ambiente internacional, da economia global. As informações agora estão melhores internamente, muito melhores, mas ainda existem riscos como a guerra entre a Ucrânia e Rússia, os EUA deram uma segura nos juros, mas sua taxa ainda é considerada alta, entre outros fatores. Ainda assim, mesmo que haja uma redução, ela não é sentida de imediato pela população”, disse.

Este mês, o Conselho Monetário Nacional (CMN) irá definir ainda a meta de 2026 e debater sobre mudanças nas metas já determinadas de 3,25% para 2023 e 3% para 2024 e 2025, cada. Para ambos os casos, o intervalo de tolerância é de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior, 4,75%.

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