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quinta-feira, 2 maio, 2024

Real digital: entenda como irá funcionar

Professor da Fucape e servidor do Tesouro Estadual explicam como será o uso do real digital, a moeda virtual brasileira

Por Amanda Amaral

O Banco Central do Brasil (BC) já anunciou que a moeda brasileira terá sua versão virtual, o real digital. O projeto-piloto terá início em março deste ano, segundo divulgação da instituição financeira nesta segunda-feira (27). A expectativa é de que esteja funcionado para o público em 2024. Especialistas explicam por quais motivos a moeda virtual brasileira é necessária e como será utilizada.

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O real digital é classificado como Central Bank Digital Currency (CBDC) – ou moeda digital de banco central, em tradução livre para o português. O seu uso tem objetivo de melhorar a eficiência do mercado de pagamentos de varejo e a inclusão financeira para a população ainda inadequadamente atendida por serviços bancários, de acordo com o site do BC.

“No mundo digital há uma serie de transações financeiras e monetárias, o real digital servirá para fazer essas transações. Se você quiser comprar em aplicativos, sites, no e-commerce terá essa opção, com o mesmo valor da moeda física, que continuará existindo. Mas no caso de contratos inteligentes, por exemplo, vou poder atrelá-los a minha carteira digital. Será só mais uma forma de realizar transações”, disse o professor da Fucape Business School, o economista Gercione Dionizio.

Moeda virtual 

O professor também comenta sobre as transações realizadas com o PIX. “Para usá-lo você precisa de um instituição bancária, você saca o dinheiro de sua conta e realiza uma transferência pelo PIX. Mas com o real digital você utilizará uma carteria digital, que será diferente de uma conta bancária. O objetivo é facilitar as trocas e dar fluidez ao sistema. É um processo que está sendo discutido em todo mundo”, explicou.

Gercione Dionizio lembra que diferente do que ocorre em outros países, em que se discute um modelo de moeda virtual mais descentralizado, o real digital estará ligado a instituições bancárias autorizadas pelo BC.

“Apesar do nome, não se trata de uma moeda digital. O valor da criptomoeda oscila no mercado e o real digital será controlado pelo Banco Central, ele não será um ativo financeiro, apenas um meio de troca e pagamento”, afirmou Gercione Dionizio.

Token

real digital
Tiago Roque comenta sobre a segurança que moedas virtuais oferecem. Foto: Divulgação

“O PIX não tem custo, então todo mundo começou a usar, mas é preciso abrir uma conta bancária, e para isso há custos. Já para utilizar o real digital será necessário um token, que é como se fosse um CPF para a transação. Isso ajuda muito na inclusão financeira, ou seja, pessoas que não possuem conta em bancos poderão utilizá-lo”, explica o servidor do Tesouro Estadual, o economista Thiago Roque. Outra vantagem prometida pelo Banco Central com relação ao Real Digital é a segurança. “A transformação digital está em curso, com o tempo, passaremos a ter mais transações digitais. É uma vantagem para a segurança, por exemplo, no caso de sonegação fiscal, com o fim do dinheiro impresso ao longo do tempo”, afirma Gercione Dionizio. 

Thiago Roque lembra dos protocolos das criptomoedas. “O protocolo que registra a operação é uma revolução. Os sites brasileiros estão entre os mais eficientes do mundo, mas estamos falando de uma base de dados, que pode ser aberta, inclusive adultera. Quando você trabalha com blockchain, o protocolo é quase impossível de quebrar, é protocolo em cima de protocolo e correntes de criptografia. Essa tecnologia que vem por trás do real digital é que faz a diferença”, comenta. 

Em 1995 foram compensados R$ 3,3 bilhões em cheques no Brasil, já em 2022, esse número caiu para R$ 200 milhões, segundo Tiago Roque: “a tendência é que o dinheiro papel diminua, mas não dá para afirmar quando ou em quanto tempo”.

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