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sexta-feira, 26 abril, 2024

Psicólogos da Ufes atendem policiais no HPM

Hospital precisou de ajuda para atender policiais que declaram estar em desequilíbrio em consequência da “pressão” sofrida com a crise

Relatos de “surto” por parte de policiais militares têm sido uma constante na rotina de funcionamento do Hospital da Polícia Militar (HPM), em Bento Ferreira, Vitória, desde que se intensificou a crise de segurança pública no Espírito Santo. A demanda tem sido tanta, que um grupo formado por mais de 10 psicólogos da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) tem se revezado no Hospital para atender profissionais que chegam em desequilíbrio emocional, tremendo, com crise de choro.

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Na avaliação do psicólogo Pedro Luiz Ferro, doutorando em Ciências Sociais e professor de psicologia e sociologia do Curso de Formação de Aperfeiçoamento (CFA) da Polícia Militar, a razão para esse do quadro é a forte pressão a que eles estão sendo submetidos. “Muitos deles só tem isso, estão com medo de serem exonerados, expulsos, mas também estão divididos em relação ao movimento. Muitos são vistos nas ruas trabalhando e chamados de traidores, hostilizados. Eles estão sentindo um mistura de diversos sentimentos negativos. Vergonha, pavor, principalmente”, aponta.

O professor faz um alerta. “Não podemos esquecer que diante de um quadro de desequilibrado como esse, o fato de andarem armados favorece um pensamento ainda pior”. Ele avalia ainda que a situação atual é efeito de um sistema militar que não se sustenta. “Começamos a ministrar aulas de psicologia e sociologia para os policiais há quatro anos e nesse tempo houve uma diminuição drástica na situação de violência do Estado. Os meninos já entram com uma formação melhor, muitos deles vieram dos Institutos Federais (Ifes). Não é uma tropa como nos anos 70 e 80”, explicou Ferro.

A Secretaria de Segurança Pública não soube informar o número de profissionais que estão atendendo os policiais no HPM, nem a quantidade de policiais que procuraram o serviço, mas afirma que todos que estiverem com problemas de saúde, física e mental, serão devidamente atendidos. De acordo com a Sesp, há um esforço em buscar mais profissionais para dar celeridade ao atendimento realizado no hospital.

Os veículos de comunicação têm recebido denúncia por parte de policiais de que muitos estão indo procurar auxílio e saindo de lá sem atestado médico. Segundo a denúncia, os oficiais médicos que atendem no local foram proibidos de dar atestado médico. A assessoria da Polícia Militar informou que vai apurar com clareza a acusação. Em contrapartida, há quem denuncie que os policias militares foram instruídos a procurar o HPM e declarar o desequilíbrio emocional para que tenham respaldo legal de, estando com atestado médico, não serem exonerados.

Imagem: Polícia Militar

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