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quinta-feira, 4 DE julho DE 2024

Por que o preço do azeite aumentou tanto?

Esse aumento significativo no azeite de oliva pode ser atribuído a uma combinação de fatores climáticos e econômicos

Por Ricardo Paixão

O consumo de azeite de oliva tem se tornado cada vez mais importante na alimentação dos brasileiros, não apenas pelo seu sabor característico, mas também pelos benefícios à saúde. Rico em ácidos graxos monoinsaturados e antioxidantes, o azeite de oliva é conhecido por contribuir para a redução do risco de doenças cardiovasculares, além de possuir propriedades anti-inflamatórias e auxiliar na manutenção dos níveis saudáveis ​​de colesterol.

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No entanto, nos últimos 12 meses, os preços do azeite de oliva aumentaram 50%, indicando uma evolução que tem gerado grandes preocupações tanto entre consumidores quanto produtores. Esse aumento significativo pode ser atribuído a uma combinação de fatores climáticos e econômicos.

Os principais produtores de azeite de oliva no mundo são a Espanha e a Itália, responsáveis ​​por 42% e 10% da oferta mundial, respectivamente. Nos últimos meses, esses países enfrentaram condições climáticas adversas, como altas temperaturas e secas severas, que impactaram os níveis de produção.

A Espanha, em particular, sofreu com uma seca prolongada que prejudicou significativamente a colheita de azeitonas. Na Itália, as altas temperaturas também afetaram a produção, resultando em uma menor oferta de azeite de oliva no mercado global. O Brasil importa 53% do azeite consumido internamente, e a maior parte desses vem de Portugal.

Sob o ponto de vista econômico, as flutuações na taxa de câmbio têm contribuído para o aumento no preço do produto. A taxa de câmbio é a relação de troca entre duas moedas, mostrando quanto de uma moeda é necessária para comprar uma unidade de outra. Quando a moeda brasileira se desvaloriza em relação às moedas dos países produtores de azeite, como o euro, o custo de importação do azeite aumenta.

Isso ocorre porque são necessários mais reais para comprar a mesma quantidade de azeite em euros. Essa valorização das moedas estrangeiras eleva os preços do azeite importado no mercado interno, impactando diretamente os consumidores brasileiros.
Diante desse cenário, alguns consumidores têm considerado a possibilidade de substituir o azeite por produtos, como por exemplo, o óleo de girassol.

Mas, embora essa substituição possa ser uma opção para economia, é fundamental considerar as implicações nutricionais dessa mudança. Cada tipo de óleo possui uma composição específica de nutrientes e pode ter diferentes efeitos na saúde. Por isso, antes de fazer qualquer substituição, é aconselhável consultar especialistas, como nutricionistas, que podem orientar sobre as melhores alternativas de acordo com as necessidades individuais de cada pessoa.

Ricardo Paixão é economista, mestre em Economia e doutorando em Educação – UFES, professor efetivo da FACELI, conselheiro do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo.

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