Senador capixaba alega que publicação de diplomata Cláudia Assaf contém conteúdos antissemitas
Por Robson Maia
O senador capixaba Magno Malta, do PL (ES), protocolou um requerimento à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado solicitando a convocação do ministro das Relações Exteriores, embaixador Mauro Vieira. Segundo o parlamentar, o objetivo da ação é esclarecer as declarações feitas pela diplomata Cláudia Assaf no Instagram com críticas ao exército israelense.
De acordo com Malta, a publicação de Assaf gerou ampla repercussão e indignação no meio da comunidade israelita no Brasil. A diplomata, que é especialista em temas do Oriente Médio e está lotada atualmente na Embaixada do Brasil em Mascate, Omã, usou a rede social para expressar opiniões sobre o conflito entre Israel e o Hamas, com foco no soldado israelense, Yuval Vagdani, que, recentemente, visitou o Brasil.

“Soldado israelense, criminoso de guerra, tenta sair do Brasil, assassinou civis inocentes e veio farrear no Brasil. Sua última localização conhecida é morro de São Paulo, Bahia”, publicou a diplomata.
O senador capixaba alega que as declarações contém “comentários antissemitas e acusações graves“. Malta defende que a convocação de Vieira é necessária para esclarecer o contexto das falas de Assaf e as responsabilidades que elas envolvem, em um momento de sensibilização internacional sobre o tema.

O requerimento ainda destaca que Assaf se referiu ao governo israelense como “regime nazissionista”. “O que os nazissionistas não sabem é o que tal anão diplomático é, na verdade, um gigante jurídico”, consta em trecho da publicação da diplomata.
As declarações teriam ocasionado preocupações sobre a possível interpretação dessas opiniões como posições oficiais do governo brasileiro, podendo comprometer a neutralidade do país e suas relações diplomáticas, de acordo com o senador do Espírito Santo.


Essa não é a primeira vez que a diplomata se vê envolvida em polêmicas ligadas ao tema. Em 2024, a Confederação Israelita do Brasil ajuizou uma notícia-crime contra Assaf, acusando-a de manifestações racistas em suas redes sociais durante o conflito Israel-Hamas.
O episódio gerou novos questionamentos sobre a conduta de Assaf, que, segundo a Confederação Israelita, teria feito declarações antissemitas ao comentar sobre a guerra.