A Libra quer resguardar os repasses de Flamengo e Corinthians caso a receita auferida pela liga fique abaixo do previsto
A Liga do Futebol Brasileiro (Libra) divulgou nesta terça-feira um documento em que apresenta os pontos-chave de sua proposta para a criação de uma liga de clubes, que seria responsável por organizar o Campeonato Brasileiro. A Libra sustenta que o modelo proposto “diminui o gap financeiro entre os clubes no cenário nacional”. A proposta conta com uma regra de transição, preserva os repasses para Flamengo e Corinthians e prevê receita para os clubes rebaixados – algo que não existe no cenário atual.
O modelo da Libra foi elaborado pela Codajas Sports Kapital e pelo BTG Pactual, que fazem a consultoria técnica e cuidam da captação de investidores. Em síntese, a proposta é de que as receitas da liga sejam divididas em três partes: 45% de forma igualitária, 30% pela performance das equipes e 25% de acordo com a audiência.
Atualmente, os clubes da Séria A dividem 29,7% das receitas do campeonato de forma igualitária, 22,2% de acordo com a colocação e 48,1% a partir da audiência. Para que o impacto não seja tão grande, o modelo apresentado pela Libra considera um período de transição numa divisão 40/30/30, que considera ainda um cálculo a partir da receita total.
Outra diferença está na distribuição das receitas a partir da performance de cada equipe. Hoje, a CBF divide o bolo considerando a posição de cada clube do 1º ao 16º colocados dentro da competição. A Libra quer que esse rateio considere as três últimas temporadas, em uma divisão que dê 34% para o desempenho na temporada vigente, 33% para a performance no ano anterior e outros 33% referentes à colocação de dois anos atrás
A Libra também quer resguardar os repasses de Flamengo e Corinthians caso a receita auferida pela liga fique abaixo do previsto, não em termos absolutos, mas proporcionais.
Para isso, foi criada uma “cláusula de estabilidade” em que os dois clubes teriam, nos primeiros cinco anos, a garantia de manterem o mesmo porcentual de receitas que detiveram no ano de 2022, considerando a atualização pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Se a receita superar o prevista, os dois clubes teriam a garantia de receber pelo menos o mesmo valor do ano passado.
A Série B, por sua vez, teria assegurada um repasse anual de 15% das receitas da liga. O porcentual é maior do que o repassado atualmente (9,5%) e supera o da liga espanhola (10%) e a Premier League (12%).
A Libra é formada atualmente por 18 clubes das Séries A e B. Já a Liga Forte Futebol (LFF) reúne outros 26. Apesar de ambos trabalharem pela organização de uma liga para organizar o Campeonato Brasileiro, os dois grupos têm divergências em relação ao rateio das receitas.
Com informações Agência Estado