25.9 C
Vitória
quarta-feira, 1 maio, 2024

Flores exóticas e tóxicas ameaçam abelhas no Espírito Santo

A Espatódea é uma árvore invasora que tem flores tóxicas para abelhas e outros polinizadores 

Por Rafael Goulart

Nativa da África, a Spathodea campanulata, popularmente conhecida como espatódea ou tulipeira, é uma espécie exótica muito usada em paisagismo urbana. O problema é que as flores da árvore produzem um néctar tóxico que atraí e mata abelhas nativas e outros polinizadores.

- Continua após a publicidade -
A Espatódea é uma árvore invasora que tem flores tóxicas para abelhas e outros polinizadores. Associação pede a remoção delas nos municípios. Foto: Web
Flor da Espatódea. Fonte: Web

Na luta pela sobrevivência das abelhas, principalmente as nativas (que são todas sem ferrão), a Associação dos Meliponicultores do Espírito Santo entrou em campanha para tentar substituir e erradicar a espécie do solo capixaba.

“Estamos fazendo uma ação no Espírito Santo desde o dia 22 de março. Começamos na Câmara de Linhares e já alcançamos outros 15 municípios”, comemorou o presidente da associação, Adailton Gonçalvez Pinheiro.

Em apenas quatro meses, o grupo conseguiu que o projeto tramitasse em 16 Câmaras Municipais. Atualmente, os municípios de Santa Tereza, Marechal Floreano, Venda Nova, Barra de São Francisco e Linhares já sancionaram a lei para remoção e substituição das espatódeas.

Em Vitória, a expectativa da Associação é que o projeto seja sancionado nesta quinta-feira (27).

De acordo com Adailton, outros 10 municípios já tramitaram legislação pela Câmara Municipal e aguardam sanção dos prefeitos.

Abelhas nativas

Muita gente desconhece a diversidade de espécies de abelha que habitam o Brasil, principalmente na região de Mata Atlântica.

Apesar de não conseguirem produzir tanto mel quanto as europeias e africanas, a meliponicultora das espécies brasileiras está em alta em todo o país. Isso porque os méis das “abelhas sem ferrão” (quase sempre são nativas do Brasil) é mais valorizado devido a suas propriedades nutricionais.

“No Espírito Santo, são 39 espécies catalogadas e permitidas para criação, sendo as mais criadas pelos meliponicultores: a Uruçu amarela (Melipona mondory); a Mandaçaia MQA – (Melipona Quadrifasciata); a Jatai (Tetragosnista angustula) – que é a mais popular e mais urbana das nossas espécies”, contou Adailton.

Uma espécie que precisa ser destacada é a Uruçu capixaba, de nome científico Melipona capixaba, que está em risco de extinção e tem habitat restrito as florestas da região serrana do Espírito Santo, em altitudes entre 800 e 1.200 metros.

“Dado seu endemismo, adaptação local e baixo número de colônias naturais, os esforços para a conservação do uruçu-preto devem se concentrar na preservação e aumentar o número de colônias na natureza, de modo que possa suportar os efeitos do desmatamento do habitat no Espírito Santo”, destaca a Associação dos Meliponicultores do Espírito Santo.

Espécies exóticas

As espécies exóticas de animais ou vegetais, que são introduzidas em um ecossistema pela ação humana, de forma intencional ou não, são consideradas invasoras e costumam oferecer risco a biodiversidade local.

Outra espécie exótica de planta que pode ser um problema para a fauna e flora local é o Neem indiano, que também possui toxinas em suas flores e folhas.

Porém, o Neem Indiano é cultivado para a extração de seus compostos para a produção de inseticidas. “Diferente da espatódea que só tem utilidade estética, sendo exclusiva do paisagismo”, explicou Adailton.

 

Entre para nosso grupo do WhatsApp

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

Matérias relacionadas

Continua após a publicidade

EDIÇÃO DIGITAL

Edição 220

RÁDIO ES BRASIL

Continua após publicidade

Vida Capixaba

- Continua após a publicidade -

Política e ECONOMIA