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terça-feira, 30 abril, 2024

Indústria capixaba cresceu 6,2% nos dois primeiros meses de 2024

Resultado é acima da média do país, que registrou crescimento de 4,3%

Por Kikina Sessa

A produção industrial do Estado segue apresentando bons resultados. Os dois primeiros meses de 2024 apontam um crescimento de 6,2%, na comparação com o mesmo bimestre de 2023. O resultado também está acima da média registrada no país (4,3%).

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A indústria extrativa segue crescendo em 2024 e acumulou uma alta de 8,3% no primeiro bimestre. Já a indústria de transformação, que ao longo de 2023 não teve um bom desempenho, voltou a registrar resultados positivos neste ano e cresceu 2,3%. Os dados foram compilados pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) e fazem parte da Pesquisa de Produção Industrial Mensal (PIM-PF) do IBGE.

A pesquisa ainda mostrou que a indústria capixaba teve bom desempenho em todas as quatro bases de comparação observadas pelo IBGE: fevereiro comparado a janeiro de 2024 (5,9%), fevereiro de 2024 comparado ao mesmo mês de 2023 (10,5%), acumulada entre janeiro e fevereiro de 2024 comparado ao mesmo período de 2023 (6,2%) e acumulada em 12 meses até fevereiro de 2024 (12,9%).

“Estamos acompanhando o crescimento em todos os setores industriais, resultado que esperamos que se mantenha no decorrer do ano. As indústrias capixabas estão investindo em melhorias de processos, dos parques industriais e tendo ganho de produção, o que é muito bom para o Espírito Santo. Isso significa mais empregos, melhores salários e desenvolvimento socioeconômico para a população capixaba”, explica a presidente da Findes, Cris Samorini.

Para a gerente executiva do Observatório da Indústria e economista-chefe da Findes, Marília Silva, em uma análise mais ampla da economia, a indústria capixaba poderá ser favorecida pela continuidade nos cortes da taxa Selic, que ainda se encontra em elevado patamar (10,75%).

“Outros fatores favoráveis ao setor industrial ocorrerão via estímulo ao consumo de produtos industrializados a partir do mercado de trabalho aquecido, da liberação de precatórios, dos programas de estímulo do governo federal e da melhora no acesso ao crédito com a redução dos juros”, aponta Marília.

No acumulado do primeiro bimestre deste ano, frente ao mesmo período de 2023, a produção da indústria nacional cresceu 4,3%, impulsionada pelo desempenho da indústria extrativa (6,1%) e da indústria de transformação (4,0%).

Já no que diz respeito ao contexto internacional, Marília avalia que este seguirá desafiador. “Nos Estados Unidos, a queda na taxa de juros (Fed fund rate) esperada para 2024 tem se tornado algo cada vez mais distante, devido ao dinamismo da atividade econômica local, somada ao mercado de trabalho aquecido e à resiliência da inflação de serviços”.

Transformação

Todas as atividades que compõem a indústria de transformação tiveram resultado positivo neste ano: fabricação de produtos de minerais não metálicos (3,5%), fabricação de produtos alimentícios (2,7%), fabricação de celulose e papel (2,5%) e metalurgia (1,5%).

A gerente-executiva do Observatório da Indústria, Marília Silva, explica quais produtos alavancaram os segmentos industriais.
“No de alimentícios, observamos o aumento da produção de bombons e chocolates, embutidos de suínos e carnes bovinos congeladas. Já na fabricação de papel e celulose pode ser justificada pela maior produção de pasta química de madeira (celulose). E a fabricação de minerais não metálicos cresceu devido ao aumento de produção de ladrilhos e outras peças de cerâmica para pavimentação ou revestimento e de pedras de construção”, comenta.

O gerente de Ambiente de Negócios do Observatório da Indústria da Findes, Nathan Diirr, ressalta ainda que, no caso da indústria extrativa capixaba, que cresceu 8,3% no primeiro bimestre de 2024, o resultado pode ser explicado pelo aumento de extração de petróleo e gás natural e pela ampliação da atividade de pelotização do minério de ferro.

De acordo com os dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil (ANP), o Espírito Santo produziu uma média de 184,3 mil barris por dia no primeiro bimestre deste ano, número 18,1% acima do que foi registrado no mesmo período do ano anterior. Já com relação ao gás natural, o Estado alcançou a marca de 4,5 milhões de m³ por dia, ou seja, 18,5% a mais que nos dois primeiros meses de 2023.

“Especificamente sobre o setor extrativo, as expectativas para os próximos meses são otimistas, com a continuidade do aumento de extração de petróleo e gás natural no ambiente onshore (em terra), devido à atuação das novas petroleiras no Espírito Santo. Vale ressaltar que a Seacrest, maior operador onshore do Estado, firmou uma parceria com a PetroReconcavo para perfuração de poços nos Polos Norte Capixaba e Cricaré. Com esta parceria, a Seacrest retoma o projeto de realizar a perfuração de 300 poços, ampliando a produção nos próximos dois anos”, aponta o gerente.

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