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quarta-feira, 1 maio, 2024

Epidemia de dengue passa de 150 mil casos no Espírito Santo

Incidência passou de 35,75 para 3.765,37 de casos a cada 100 mil habitantes 

Por Rafael Goulart

Na primeira Semana Epidemiológica (SE) deste ano (2023), o Espírito Santo registrou 1.453 casos de dengue. Agora, na 26ª Semana Epidemiológica do ano, já são 151.317 casos registrados e 72 óbitos.

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A incidência de dengue, no estado, passou de 35,75 no início do ano e atingiu 3.765,37 de casos a cada 100 mil habitantes no dia 01 de julho.

Nos últimos quatro Boletins Epidemiológicos, é observado um crescimento semanal de mais de 3 mil a 4 mil casos por semana, isso resulta em um aumento de 110 casos por 100 mil habitantes.

Na primeira semana de junho – 23ª semana do ano – a taxa de incidência estava em 3.467,51, subiu para 3.576,82 e depois para 3.678,75 casos por 100 mil habitantes na 25ª semana do ano.

A atual marca (3.765,37) é 12 vezes maior que o considerado alto pelo Ministério da Saúde.

De acordo com as diretrizes do Ministério da Saúde, uma incidência baixa tem no máximo 100 casos por 100 mil habitantes, até 200 casos é considerada média e acima de 300 casos é considerada alta.

Vacina

Aprovada em março (02) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacina Qdenga, da farmacêutica japonesa Takeda Pharma Ltda, já está disponível em clínicas de Vitória e ainda sem previsão de aquisição pelo Governo Federal.

O imunizante usa a tecnologia de vírus atenuado e, nos testes clínicos, demonstrou uma eficácia geral de 80,2% contra a dengue causada por qualquer um dos quatro sorotipos do vírus, com uma duração de 12 meses após a administração da vacina.

Na CVP Vacinas, uma dose custa R$ 450,00, já o esquema completo com duas doses, custa R$ 830,00.

Diferente da vacina Dengvaxia, que já estava disponível no Brasil, a Qdenga é destinada a um público mais amplo, de 4 a 60 anos de idade, e pode ser administrada inclusive em quem nunca teve nenhum tipo de dengue.

Além disso, o imunizante da farmacêutica francesa Sanofi é contraindicado para quem nunca teve dengue, pois nos testes clínicos foi observado um risco aumentado de complicações para esses casos. 

Já o imunizante japonês só é contraindicado para gestantes, lactantes, imunossuprimidos, pacientes em quimio e radioterapia e menores de 4 anos.

“Para quem teve dengue recentemente, é necessário fazer um intervalo de 3 meses para a receber a Qdenga”, explicou a gerente de enfermagem da CVP Vacinas, Natália Carvalho.

Testes e aprovação

De acordo com a Anvisa, na avaliação clínica da vacina Qdenga foi demonstrada uma eficácia geral de 80,2% contra a dengue causada por qualquer sorotipo e independente de situação sorológica de base para dengue (indivíduos soropositivos e soronegativos) em 12 meses após administração da vacina.

A demonstração da eficácia da vacina Qdenga tem suporte principalmente nos resultados de um estudo de larga escala, estudo de fase 3, randomizado e controlado por placebo, conduzido em países endêmicos para dengue com o objetivo de avaliar a eficácia, segurança e imunogenicidade da vacina.

A vacina Qdenga também foi avaliada pela agência sanitária européia (EMA), tendo recebido uma recomendação positiva no âmbito do programa “EU Medicines for all”, um mecanismo que permite a avaliação de medicamentos que se destinam a ser utilizados em países de baixa e média renda fora da União Europeia (UE), e tendo sua comercialização aprovada na União Europeia em 20/12/2022.

Durante a análise técnica realizada pela Anvisa, realizou-se um painel para a discussão de alguns pontos do processo de registro com especialistas do país que detém notório saber sobre a doença. Essa discussão ocorreu em 10/01/2023 e em seguida os especialistas apresentaram um Parecer opinativo sobre o produto e sobre as condições de uso pleiteadas pela empresa, com o objetivo de subsidiar a análise realizada pelos técnicos da Agência.

A concessão do registro pela Anvisa permite a comercialização do produto no país, desde que mantidas as condições aprovadas. A vacina, contudo, segue sujeita ao monitoramento de eventos adversos por meio de ações de farmacovigilância sob a responsabilidade da empresa.

Incorporação ao SUS

Em nota publicada em seu site, a Anvisa afirmou que “não possui posicionamento contrário ao imunizante e que em nenhum momento foi dito que a vacina só chegaria em 2025. O assunto é tratado com a devida urgência pela atual gestão”.

A agência explicou que para ser distribuído pelo SUS, o imunizante precisa passar pela análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS (Conitec), porém a empresa ainda não teria enviado a documentação necessária.

Outro ponto esclarecido é que apesar de haver um esforço para produção de imunizantes nacionais, a prioridade é “o acesso da população a tecnologias eficazes e com possibilidade de aquisição pelo SUS”, portanto o esforço pela autossuficiência nacional não impede a aquisição da vacina de acordo com a Agência.

 

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