Agentes destruíram aeronaves e estrutura logística do garimpo ilegal; base de controle foi instalada no rio Uraricoera, próxima à terra Yanomami
Por Sabrina Ruela
As ações de fiscalização e combate ao garimpo ilegal do Ibama começaram nesta segunda-feira (6), com apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Força Nacional de Segurança Pública. Os agentes estão atuando para proteger indígenas e expulsar garimpeiros ilegais do território Yanomami, em Roraima.
Até o início da noite de terça (7) foram destruídos um helicóptero, um avião, um trator de esteira outras estruturas de apoio logístico ao garimpo. Também foram apreendidas duas armas e três barcos com cerca de 5 mil litros de combustível. Além de gasolina e diesel, as “voadeiras” de 12 metros carregavam cerca de uma tonelada de alimentos, freezers, geradores e antenas de internet.
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Agentes do Ibama e da Força Nacional instalaram uma base de controle no rio Uraricoera para impedir o fluxo de suprimentos para os pontos de garimpo. Todos os suprimentos apreendidos serão usados para abastecer a base de controle. Nenhuma embarcação com carregamento de combustível e equipamentos está autorizada a passar do ponto de bloqueio em direção aos garimpos.
A instalação de bases de controle será estendida para outras áreas da terra indígena. A estrutura logística para a construção e manutenção das bases é fornecida pela Funai, e o apoio dos indígenas nesta fase é fundamental.
A ação aérea é realizada pelo Grupo Especializado de Fiscalização (GEF) do Ibama, que monitora pistas de pouso clandestinas na região. São realizados sobrevoos para identificar e destruir infraestruturas do garimpo, como aviões, helicópteros, motores e instalações. O trator destruído na terça (7), por exemplo, era usado para abrir “ramais” na floresta.
O avanço do garimpo, estimulado pelo último governo, resultou em uma crise humanitária nas terras indígenas. A Polícia Federal investiga o crime de genocídio contra os Yanomamis.
O Ibama também fiscaliza distribuidoras e revendedoras responsáveis pelo comércio irregular de combustível de aviação que abastece os garimpos.
O objetivo principal da operação é inviabilizar linhas de suprimento e rotas que abastecem e escoam a produção do garimpo, além de garantir a permanência das equipes de fiscalização por prazo indeterminado. As ações foram acompanhadas pela Procuradoria Nacional de Defesa do Clima e do Meio Ambiente, da Advocacia-Geral da União (AGU).
Assessoria de Comunicação do Ibama