O Espírito Santo é o maior exportador de gengibre do país, e a produção deste ano é superior em 30% a de 2021
Por Amanda Amaral
A previsão é de que o Espírito Santo produza 70.100 toneladas de gengibre em 2022, um aumento de quase 30% comparado a 2021, quando foram produzidas 54.480 toneladas. Mais de 90% da produção é voltada para o mercado internacional.
Desde 2005, o Espírito Santo é o maior exportador brasileiro de gengibre. As informações são do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).
- Grupo Contauto: R$ 28,8 milhões até o final de 2022
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Mercado internacional
Atualmente, existem 1.180 hectares de área plantada da planta no Espírito Santo. Elas estão localizadas nos municípios de Santa Maria de Jetibá, Domingo Martins, Marechal Floriano, Afonso Cláudio, Laranja Da Terra e Santa Leopoldina, que detém a maior produção.
A exportação atende os mercados dos Estados Unidos, Canadá, Argentina e alguns países da Europa Ocidental. O restante é vendido para o mercado interno brasileiro.
Crise econômica
Contudo, a atual crise econômica tem preocupado os produtores rurais, já que o gengibre é um produto via de regra para exportação, já que seu consumo interno é pequeno, pois não é muito utilizado na alimentação dos brasileiros.
“Os custos para exportação do gengibre no Brasil estão ficando muito caros, o que inviabiliza a nossa concorrência no mercado internacional, já que o produto da China, que detém 50% do mercado mundial de gengibre, está chegando com o preço mais atrativo do que o brasileiro, que não representa nem 1% desse mercado. A gente torce para que o mercado lá fora esquente agora e o produtor possa salvar uma parte do capital que ele investiu na lavoura”, explicou o extensionista do escritório local do Incaper em Santa Leopoldina, João Paulo Ramos.
Economia local
Os produtores rurais de Santa Leopoldina estimam que R$ 120 milhões deixem de circular no município, em 2022, devido às dificuldades para a exportação.
“A crise veio forte e está desestabilizando a agricultura familiar no município, fazendo com que deixem de ser gerados na economia local de Santa Leopoldina mais de R$ 120 milhões esse ano. É uma grande perda, porque o gengibre tem caráter de exportação, se o mercado estiver ruim, ele não vende e a mercadoria é perdida. Os produtores estão ansiosos para que anos melhores venham pela frente”, comentou João Paulo Ramos.
Característica do cultivo
Participam do cultivo do gengibre mais de dois mil produtores capixabas, sendo que 95% pertencem a agricultura familiar. De acordo com João Paulo Ramos, a colheita do gengibre baby (gengibre verde) é realizada entre ferreiro e maio visando a exportação aérea. “Já a colheita do gengibre maduro para exportação marítima tem início em julho e se estende até janeiro”, explicou.
O extensionista do Incaper também destacou que há algumas peculiaridades quanto à produção da planta, que a difere de outros vegetais. “É uma cultura que difere do plantio do tomate, por exemplo, pois utilizamos a raiz, então o produtor só vê a qualidade do produto, se há doenças que vão inviabilizar a comercialização, no momento da colheita”, explicou.