Estima-se que o Estado seja responsável pela importação de cerca de 90% de todas as aeronaves que chegam ao Brasil
Por Amanda Amaral
O Espírito Santo é responsável pela importação de cerca de 90% das aeronaves que chegam ao Brasil, segundo avaliação de especialistas na área de comércio exterior. Entre as vantagens do Estado, localização geográfica, histórico no setor de importações e ambiente favorável para os negócios.
O mercado de importação de aeronaves executivas está em crescimento no país, e os aviões novos de médio e grande porte só têm entregas disponíveis para o Brasil em 2024.
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Luiz Braga, coordenador do Comitê Técnico de Aeronaves do Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Espírito Santo (Sindiex) e diretor da Comexport Trading, explica que o agronegócio foi um dos grandes responsáveis pelo aumento da demanda interna por importação de aeronaves. “A produção dos aviões também foi afetada pela pandemia, as entregas atrasaram e faltam insumos para atender à demanda mundial. Diante disso, o prazo chega a 2024”, pontuou.
Condições logísticas
Ele estima que o Estado seja responsável pela importação de cerca de 90% de todas as aeronaves que chegam ao Brasil, e atribui o fato à localização privilegiada, aos incentivos fiscais e às condições favoráveis, ressaltando o Aeroporto de Vitória. “O Espírito Santo tem uma cultura de 30 anos nas importações, oferecendo condições logísticas favoráveis para o segmento”.
Guilherme Picard, CEO da Savixx, também ressaltou a oferta de estrutura fiscal competitiva no Espírito Santo e as operações ágeis e eficientes – incluindo todos os órgãos competentes que envolvem a nacionalização das aeronaves. “Hoje a Savixx faz 100% de suas importações via Espírito Santo e, dado o crescimento das operações, creio que algo que podemos melhorar é a pouca disponibilidade de slots – espaços reservados para pouso”, pontuou.
Disponibilidade de slots
A disponibilidade de slots é, inclusive, uma das principais pautas do novo Comitê Técnico de Aeronaves do Sindiex. Para o sócio da Sertrading, Luciano Sapata, a importação de aeronaves está em crescimento desde 2019 e o pico aconteceu durante a pandemia, visto o déficit de rotas no Brasil. Ele ressalta que as tradings cumprem um papel importante no processo de nacionalização das aeronaves que chegam ao Estado, seja pela expertise ou pelos benefícios fiscais e tributários.
“Dentre os principais atrativos das operações pelo Espírito Santo estão o Fundap, incentivo com mais de 50 anos; o Ato Cotepe, um benefício adicional concedido às tradings; e a infraestrutura logística capixaba, principalmente, do novo aeroporto de Vitória”, pontuou Sapata. Ele acredita ainda que o Espírito Santo continuará na vanguarda como o principal estado para a importação de aeronaves e que o grande desafio é manter a estrutura jurídica das operações.
Grande demanda
Para Márcio Silberberg, diretor de Operações e TI da Terra Nova Trading, o Espírito Santo vem trabalhando muito bem o setor de aeronaves: “O mercado de importação de aeronaves está aquecido e o Brasil, devido às suas características, tem uma demanda grande neste segmento. Os setores público e privado do Espírito Santo estão em perfeita sincronia, deixando as etapas do processo rápidas e eficientes. E o Sindiex tem uma participação importante nesse sucesso, atuando fortemente nos assuntos jurídicos e técnicos”.
Outra situação que demonstra relevância do segmento é o fato de empresas associadas ao Sindiex participaram, recentemente, da 17ª edição da Labace – o maior evento de aviação de negócios da América Latina. Estiveram presentes a Comexport, Razac, Sertrading, Savixx, WM Trading e Timbro.
Com informações do Sindiex.