26.9 C
Vitória
quarta-feira, 1 maio, 2024

ES comemora Dia Nacional do Café com previsão de colheita recorde

ES comemora Dia Nacional do Café com previsão de colheita recordeNesta quinta-feira (24) comemora-se o Dia Nacional do Café. Para o Espírito Santo, a cafeicultura é fundamental à economia capixaba. Atualmente, o Estado ocupa o segundo lugar no ranking de produção e exportação de café no Brasil, com 25% da produção nacional, conforme dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag).

Para 2012, a Seag prevê recorde de produção. A colheita esperada é de 12,06 milhões de sacas, sendo 2,81 milhões de café arábica e 9,25 milhões de conilon. A safra prevista será superior em 4,21% a do ano passado, que foi de 11,57 milhões de sacas.

- Continua após a publicidade -

O presidente do Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV), Luiz Polese, destacou que se o Espírito Santo fosse um país, seria o terceiro maior produtor de café do mundo, à frente da Colômbia. Quando o assunto é conilon, ocuparia a segunda colocação. O Porto de Vitória enviou até abril deste ano 1.235.469 sacas de café, 14% do total exportado pelo Brasil. A receita nesse período foi de US$ 252.880.401,72.

Os motivos de comemoração não param por aí. O conilon, no ano em que completa cem anos de chegada no Estado, assumiu o status de bebida gourmet. Inclusive, já estão disponíveis no mercado cafés finos feitos exclusivamente do grão. Segundo Polese, os cuidados com a colheita, a secagem em terreiro-estufa nas pequenas propriedades, e as tecnologias favoreceram um conilon de excelente qualidade.

“Desde 2000, o Cetcaf (Centro de Desenvolvimento Tecnológico do Café), em parceria com o Incaper, o CCCV, e outras instituições, desenvolve um trabalho para estabelecer um padrão de qualidade do conilon e, se essas recomendações forem seguidas, o produtor irá ter uma safra gourmet e será bem remunerado por isso. Atualmente, o café conilon bom não precisa ser necessariamente o cereja descascado, basta que ele seja bem tratado, colhido no tempo certo de amadurecimento e secado em terreiro-estufa ou secador de fogo indireto nas médias e grandes”, disse Polese.

Dentro da produção de café estadual, aproximadamente 73% é de conilon e 26% de arábica. O conilon é cultivado em 64 municípios, em regiões quentes, com altitudes inferiores a 500 metros. Os maiores produtores são Vila Valério, Jaguaré, Sooretama, Linhares, Rio Bananal, São Mateus, Nova Venécia, Pinheiros, São Gabriel da Palha, cuja produção de cada município é superior a 400
Já o arábica é produzido em 43 municípios capixabas, em regiões com altitude superior a 500 metros, envolvendo 20 mil propriedades. Cerca de 70% da produção advém das regiões do Caparaó e Serrana, sendo que os principais municípios produtores são Brejetuba, Iúna, Vargem Alta, Muniz Freire, Irupi, Ibatiba. A produtividade média no Estado é de 15,2 sacas beneficiadas/ha, mas muitos produtores alcançam produtividades superiores a 40 sacas/ha, atingindo até 80 sacas/ha. A safra estimada para 2010 é de 2,74 milhões de sacas.

A história do Café no Espírito Santo
Até 1962, o café arábica foi senhor absoluto da economia estadual, ocupando mais de 500 mil hectares de plantação, segundo o Cetcaf. Quando o Governo Federal lançou o plano de erradicação dos cafezais por causa de uma doença conhecida como “ferrugem”, 53% do café produzido no Espírito Santo foi atingido, causando uma grave crise social e econômica.

Diante da impossibilidade de continuar com a cultura apenas arábica no Estado, os cafeicultores passaram a produzir também café conilon em regiões abaixo de 400 metros. Em 1971, iniciou-se o plantio comercial dessa outra espécie de café, que deu certo e, aos poucos, passou a ocupar os espaços deixados pelo arábica.

Atualmente, 70% do café arábica produzido no Espírito Santo e 30% do conilon vão para o mercado externo, tendo como destinos principalmente Estados Unidos, Eslovênia, Alemanha, Argentina e países da região do mediterrâneo. Hoje, mais de 30% do café arábica plantado no Espírito Santo é de bebida “dura para melhor”, ou seja, com sabor adstringente e gosto áspero, o que, segundo Polese, demonstra que o café capixaba não tem crescido apenas em quantidade, mas também em qualidade.

Entre para nosso grupo do WhatsApp

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

Matérias relacionadas

Continua após a publicidade

EDIÇÃO DIGITAL

Edição 220

RÁDIO ES BRASIL

Continua após publicidade

Vida Capixaba

- Continua após a publicidade -

Política e ECONOMIA