Dados do Ipea mostram que inflação foi menor para famílias que ganham até R$ 2.015 por mês.
Por Cristiano Stefenoni
A comida na mesa da família de baixa renda ficou mais barata neste último ano. Pelo menos foi o que constatou a pesquisa do Indicador de Inflação por Faixa de Renda do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgada nesta terça-feira (17). Os números mostram que a inflação para esse grupo foi de 4,45%, sendo que os de “renda muito baixa” foi ainda menor, de 3,9%, nos últimos 12 meses.
Para efeito de comparação, o percentual do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – que é um termômetro da inflação no país, pois reflete o custo de vida e o poder de compra da população – ficou em 5,19%.
A queda registrada pelos números do Ipea se deram, em maior parte, por causa da retração no preço de alguns alimentos, que acumulam queda em quatro meses seguidos, no caso: feijão (-7,6%), farinha de trigo (-3,3%), batata (-10,4%), carnes (-2,9%), aves e ovos (-1,7%), leite (-4,1%) e o óleo de soja (-1,2%).
- Galípolo afirma que inflação fora da meta é ‘desconfortável’
- Mercado financeiro prevê inflação de 4,22% para 2024
Vale ressaltar que o Ipea considera famílias de renda muito baixa aquelas que recebem até de R$ 2.015 por mês e, as de baixa renda, as que ganham entre R$ 2.015 e R$ 3.022 mensais.
Classe média-alta e alta sentem mais a inflação
Por outro lado, a inflação acumulada nos últimos 12 meses para as famílias com renda média-alta (que ganham de R$ 10.075 a R$ 20.151) e alta (acima de R$ 20.151), ficou em 5,95% e 6,41%, respectivamente.
Entre os itens que puxaram a inflação para cima estão: energia elétrica (reajuste de 1%), gasolina (reajuste de 2,8%), passagens aéreas (13,5%), transportes por aplicativo (4,6%), saúde e cuidados pessoais (1,10%).