Percentual de focos dentro das residências aumentou 15% nos últimos três anos.
Mal o verão chegou e os casos de dengue já aumentaram muito no Espírito Santo. Enquanto até a véspera do Natal, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) vinha registrando, no máximo, 70 casos por semana, entre os dias 25 e 31 as ocorrências aumentaram em até 186%, sendo registrados 200 casos. Um número preocupante. segundo a gerente de Vigilância em Saúde da Sesa, Gilsa Rodrigues. “São números assustadores, mais que dobraram as ocorrências. Ainda devemos considerar o numero de pessoas que permanecem doentes em casa, porque ficam desanimadas com a espera nos posto, o que ocorre com esse crescimento da demanda. E se considerarmos uma aumento de incidências nesse ritmo, como chegaremos em março?. “, enfatiza a especialista.
Há outro dado que tem preocupado bastante as autoridades: nos últimos três anos, o percentual de criadouros encontrados dentro das residências aumentou de 65% para 80%. Isso significa que, ao invés da população estar cada vez mais atenta à gravidade do problema, os dados apontam que tem se descuidado das ações necessárias. Uma realidade que pode sim, gerar problemas ainda mais graves que os observados em 2016, quando foram registados mais de 52 mil casos de dengue, sendo 702 da forma grave (dengue hemorrágica), com 22 mortes confirmadas, além dos 4.102 casos de contaminação por zika vírus. No ano passado, foi preciso envolver o exército nos mutirões de limpeza por todo o país.
Para vencer o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da Chikungunya e do Zika, é preciso que governos e população continuem juntos e ataquem por todos os lados, sem deixar que a vigilância enfraqueça. “É fundamental que cada um de nós assuma que esse é um problema de todos. Então, vamos arregaçar as mangas e fazer uma vez por semana, rigorosamente, a vistoria em nosso espaço de viver, de trabalhar. Não temos a pretensão de erradicar o mosquito, mas temos a necessidade de controlá-lo”, destaca a gente da Sesa.
Alerta par Chicungunya
Os casos de dengue e Zika no Brasil devem se manter estáveis este ano em relação ao ano passado, enquanto as infecções por chikungunya devem aumentar ainda mais. Dados do Ministério da Saúde. Dados da pasta revelam que, em 2016, foram registrados 1,4 milhão de casos de dengue contra 1,6 milhão no ano anterior, além de 211 mil casos prováveis de infecção por Zika (não há comparativo com o ano anterior porque os dados só começaram a ser coletados em outubro de 2015).
Em relação à febre chikungunya, os registros apontam para 263 mil casos em 2016 contra 36 mil no ano anterior – um aumento de cerca de 620%. “O mosquito pica alguém, recebe o vírus e passa para outra pessoa. Como cresceu o número de pessoas que têm [o vírus], entendemos que haverá uma ampliação [dos casos]”, explicou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
No Espírito Santo, em 2016, apesar de não ter sido registrada nenhuma morte em consequência da Chikungunya, a Sesa detectou 11 municípios com a presença do vírus. “Considerando a presença do mosquito nos 78 municípios e uma população bastante suscetível, já que ninguém praticamente teve a doença, a gente poderá realmente ter um avanço significativo no número de casos de chikungunya”, explica a gerente de Vigilância em Saúde
A febre chikungunya é uma doença infecciosa febril que pode ser transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. O termo significa “aqueles que se dobram” em swahili, um dos idiomas da Tanzânia, e refere-se à aparência curvada de pacientes que foram atendidos na primeira epidemia documentada no Leste da África entre 1952 e 1953. O Ministério da Saúde definiu que devem ser considerados casos suspeitos todos os pacientes que apresentarem febre de início súbito maior de 38,5ºC, dor articular ou artrite intensa com início agudo e que tenham histórico recente de viagem às áreas nas quais o vírus circula de forma contínua.
Os sintomas podem ter início entre dois e dez dias após a picada, sendo que o prazo pode chegar a 12 dias. O vírus pode afetar pessoas de qualquer idade ou sexo, mas os sinais e sintomas tendem a ser mais intensos em crianças e idosos. Além disso, pessoas com doenças crônicas têm mais chance de desenvolver formas graves da doença.
O que fazer
O meio mais simples e prático para combater o mosquito é fazer uma lista com tudo o que deve ser verificado dentro de casa e no – Mantenha fechadas as tampas de vasos sanitários e de ralos pouco usados, como os de áreas de serviço e de lazer; Vale destacar que, se a pessoa escolheu fazer a vistoria na segunda-feira, é preciso que mantenha a limpeza sempre às segundas-feiras. Isso porque se em uma semana ela fez a vistoria na segunda e na outra deixou para fazer na quinta-feira, por exemplo, ultrapassa o período evolutivo das larvas e novos mosquitos podem surgir. |