Lista com os nomes dos vencedores do Prêmio Sebrae TOP 100 foi divulgada no final de setembro
Por Patrícia Battestin
Os artesãos Mikka Wentz e Mestre Domingos Teixeira Marques representaram o Espírito Santo no Prêmio Sebrae TOP 100 de Artesanato e entraram para a lista dos melhores do país.
A quinta edição da premiação recebeu a inscrição de 1.208 artesãos de todas as regiões do país. E os dois capixabas encheram o estado de orgulho. “Para nós, é um orgulho termos capixabas nesta lista com 100 artesãos que serão reconhecidos nacionalmente. Esta é uma premiação que abre portas para que os produtos capixabas acessem outros mercados e sejam ainda mais valorizados e reconhecidos”, destaca o analista do Sebrae/ES Guilherme Pella.
Mikka Wentz
Mikka Wentz transforma em arte papeis feitos a partir de fibras naturais. A beleza dos arranjos, adornos e peças decorativas bionaturais estão conquistando o mercado capixaba e nacional.
Quem é noveleiro, com certeza já viu os produtos da Mikka nas telinhas, e no horário nobre. Ela já chegou a produzir mais de 8.500 mil flores para uma única cena. A artesã utiliza papéis de diferentes fibras, desde as mais frágeis, como fibras de cebolas, até o sisal e fibra de abacaxi, entre outras. Segundo ela, o diferencial do seu negócio, e o que faz com que o seu artesanato conquiste tantos públicos, está na sustentabilidade e no encantamento provocado pelos produtos.
“Eu sempre acreditei que o diferencial era o engajamento com a questão do ecoproduto e essa visão de cuidado com o meio ambiente e preservação da própria natureza humana, mas em uma consultoria do Sebrae/ES entendi que vai além disso. O diferencial é que eu conto uma história através das fibras para emocionar as pessoas. E agora eu estou contando a história do Ticumbi”, explica Mikka.
A coleção Folhas e Flores do Ticumbi faz uma alusão ao folclore capixaba com a apresentação de três produtos: uma luminária de flores, adornos com folhas e cabaças e contas de madeira, e o arranjo de flores.
“Os três produtos são releituras de três períodos críticos que passei no estúdio: o pré-pandêmico, quando fiz as primeiras luminárias; o pandêmico quando criei os adornos para uma grande empresa, e o pós pandemia, quando retornei com a produção de flores, que sempre foram um sucesso”, relata.
E foi com esta coleção que Mikka se posicionou entre os 100 melhores artesãos do Brasil, conquistando o Prêmio Sebrae TOP 100 de Artesanato.
Mestre Domingos Teixeira Marques
O congo sempre esteve presente na vida do artesão Mestre Domingos Teixeira Marques, que começou a produzir casacas ainda na infância.
“A minha atuação como artesão teve início na minha infância, mais precisamente aos oito anos de idade, auxiliando meu saudoso avô Ursino Pereira a confeccionar instrumentos para os grupos de Congo, Jongo e Folia de Reis do município de São Mateus. Entre os instrumentos, confeccionávamos o “reco-reco” de bambu, que após alguns anos foi sendo transformada na atual casaca. Posso dizer que a minha prática na confecção da casaca foi aperfeiçoada por volta dos onze anos, quando já conseguia esculpir o rosto do negro e cabelo do índio cobrindo a orelha”, relembra.
A paixão do avô pelo instrumento e a dedicação pela preservação da cultura dos povos foi o que inspirou o Mestre Domingos, que sempre viu o envolvimento de pessoas de todas as idades, que tinham como único objetivo a diversão. Para ele, produzir as casacas é contar a história de uma cultura através da arte.
O título de Mestre não veio à toa. Aos 16 anos, era ele quem produzia os instrumentos da banda de Congo Folclórico de São Benedito, dirigida, na época, pelo Mestre Antônio Rosa. Hoje, ele é conhecido por atuar como Mestre de congo e Mestre artesão, de onde tira o sustento da família e tem orgulho de fomentar a cultura capixaba.