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sexta-feira, 29 março, 2024

Atentado em Cabul deixa mais de 60 mortos e 200 feridos

O grupo terrorista Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo atentado na capital de Afeganistão, de acordo com informações da Agência Reuters.

A organização Estado Islâmico (EI) reivindicou o atentado cometido este sábado contra uma manifestação da minoria xiita dos hazara em Cabul, no Afeganistão. O ataque deixou mais de 80 mortos e 200 feridos. “Dois combatentes do EI detonaram coletes com explosivos em uma concentração de xiitas na região de Dehmazang, em Cabul” da capital afegã, indicou o EI através de sua agência de notícias Amaq. A organização, de orientação sunita, enxerga os xiitas como inimigos.

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O canal de televisão Tolo relatou que a explosão ocorreu durante uma manifestação na região de Dehmazang, onde o povo protestava contra um projeto de construção. Um fotógrafo da agência AFP que estava no local do massacre narrou as cenas. “Havia dezenas de corpos, podia contar mais de vinte, alguns totalmente desmembrados (…) Havia poças de sangue por todas as partes”. “Ouvi um barulho ensurdecedor muito próximo a mim. Havia muitos mortos e feridos, não consigo entender onde estou”, disse à AFP um dos organizadores do protesto, Jawad Naji.

Atentado em Cabul deixa mais de 60 mortos e 200 feridos

O ataque acorreu por volta das 14h30 (hora local; 7h de Brasília) durante uma manifestação de milhares de afegãos, em sua maioria hazaras, que protestavam contra um projeto de energia do governo e transcorria pacificamente em meio a fortes medidas de segurança, que impediram que a manifestação se aproximasse do palácio presidencial. A manifestação transcorria pacificamente e era comandada por muitas mulheres. Depois da carnificina, muitos sobreviventes expressavam sua indignação contra a polícia, que isolou com cordas a área, segundo o fotógrafo da AFP. 

O presidente Ghani expressou sua “tristeza” e denunciou a presença de “terrorista infiltrados em um protesto pacífico”. Entre as vítimas, acrescentou, destacavam-se membros das forças de segurança afegãs. As milícias dos talibãs, rivais do EI, negaram envolvimento no caso e o atribuíram a “tentativas de criar divisões no seio do povo afegão”.

A minoria hazara, com aproximadamente três milhões de membros, sofreu décadas de perseguições e milhares deles foram exterminados no fim dos anos 1990 pela rede Al-Qaeda e pelos talibãs, em sua grande maioria pashtuns sunitas, que governavam o país.

A segurança no Afeganistão diminuiu gravemente nos últimos meses, após a partida de muitas tropas estrangeiras. Essa piora na situação obrigou os Estados Unidos a mudarem de planos, mantendo 8.400 soldados no país, ao invés dos 5.500 inicialmente previstos. O atentado de 30 de junho, contra um comboio de recrutas da polícias, deixou trinta mortos e cerca de 80 feridos.

O Estado Islâmico retem o controle sobre várias cidades e zonas do Iraque e da Síria. As sedes principais são Raqqa, na Síria, e Mossul, no Iraque. 

 

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