Após apresentar alta em maio, produção industrial tem variação nula em junho. No acumulado do 1º semestre, a produção avançou 12,9%
Por Samantha Dias
Após crescer 1,4% em maio, a produção industrial teve variação nula (0,0%) em junho. Porém, apesar da estabilidade, três das quatro grandes categorias econômicas e a maior parte (14) das 26 atividades investigadas pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) registraram recuo na produção.
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O dado positivo de maio veio após três meses de queda. No entanto, esse resultado não superou as perdas anteriores. “Com essa variação nula em junho, o setor permanece no patamar pré-crise, mas no resultado desse mês observa-se uma predominância de taxas negativas entre as atividades industriais”, afirmou o gerente da pesquisa, André Macedo.
- O setor de veículos automotores, reboques e carrocerias com a queda de 3,8% foi o principal impacto negativo no mês, voltando a cair depois de registrar resultados positivos em abril (1,6%) e maio (0,3%). Segundo o pesquisador, essa atividade foi muito atingida pelos efeitos da pandemia, uma vez que várias montadoras estão fazendo paralisações em seus parques produtivos.
- O setor de celulose, papel e produtos de papel foi outro impacto negativo. A produção recuou 5,3% em junho. Essa foi a terceira queda consecutiva do setor, que acumula no período perda de 8,4%. “O principal produto nessa atividade é a celulose, que é uma matéria-prima. Em junho, especificamente, houve paralisação em uma unidade produtiva desse setor, o que explica a magnitude de perda que esse ramo industrial teve nesse mês”, disse.
- setor de produtos alimentícios teve retração de 1,3% em junho. No mês anterior, tinha registrado crescimento de 2,9%. Nessa atividade, o açúcar provocou impacto significativo. “Alguns itens importantes que têm uma característica de volatilidade muito grande, como é o caso do açúcar, tiveram uma queda maior em junho. Isso pode ter uma relação mais direta com o clima mais seco, que afeta mais a safra e o processamento da cana-de-açúcar”, informou.
Impacto positivo
O principal impacto positivo em junho em relação a maio (4,1%) ficou com a atividade de produção, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis. Em maio, a produção da atividade já tinha registrado alta de 2,7%. “São duas expansões em seguida, sobre o mês de abril, quando a atividade teve uma queda de 9,9%. É uma melhora de ritmo muito calcada nos derivados do petróleo, como óleo diesel, mas não repõe a perda recente que essa atividade teve”, ressaltou.
Primeiro semestre
A pesquisa indicou que a expansão de 12,9% da produção industrial do país, no acumulado de janeiro a junho, atingiu as quatro categorias econômicas, como também em 21 das 26 atividades analisadas. Com o crescimento de 56,9% no período, a atividade de veículos automotores, reboques e carrocerias foi a maior influência no resultado. Máquinas e equipamentos (41,5%), metalurgia (26,3%) e produtos minerais não metálicos (31,3%), também representaram impactos positivos no indicador.
Produção industrial no ES
A produção industrial no Espírito Santo expandiu 7,6% nos cinco primeiros meses deste ano, segundo o Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies). Todas as atividades da indústria de transformação capixaba cresceram no acumulado de janeiro a maio, com destaque para a maior produção de celulose, papel e produtos de papel (43,3%) e minerais não metálicos (40,4%). A indústria extrativa retraiu -18,4%, pressionada pela menor produção de minério de ferro pelotizado e petróleo e gás natural.
Com informações da Agência Brasil