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terça-feira, 23 abril, 2024

Ambiente agradável, produtividade em alta

Assim como um vírus, esse inimigo invisível chamado desmotivação é capaz de contagiar outras pessoas, atingindo a organização inteira

Sua empresa investe em tecnologia, possui instalações adequadas e uma equipe de colaboradores capacitados. Ainda assim, a produtividade está longe do esperado? Saiba que você pode estar lidando com um inimigo invisível: a desmotivação. E ele não deve ser ignorado.

Cerca de 39% do desempenho de uma empresa pode ser atribuído à satisfação pessoal de quem trabalha nela, de acordo com a consultora de empresas e diretora da Associação Brasileira de Recursos Humanos no Espírito Santo (ABRH-ES), Claudia Pavan. “Funcionários motivados são responsáveis pelo crescimento da produtividade, pela melhoria do ambiente de trabalho e costumam produzir, no mínimo, duas vezes mais em relação aos desmotivados”, afirma. Além disso, ela ressalta que, quando motivados, eles lidam melhor com situações de estresse e conflitos.

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Assim, as dificuldades passam a ser encaradas como desafios. Identificar quando os colaboradores estão insatisfeitos é o primeiro passo para reverter esse quadro. Excessos de falta, conflitos em equipe, fofocas e até as páginas mais acessadas pela internet dão sinais de que o ambiente de trabalho deve ser melhorado. O gestor também possui diversas ferramentas para medir o grau de satisfação na empresa, independente do tamanho e da quantidade de recursos disponíveis. Uma das mais utilizadas atualmente é a pesquisa de clima.

“A pesquisa de clima proporciona um momento de reflexão quanto à importância da motivação para o trabalho, a compreensão de conflitos e possíveis soluções e propicia uma melhoria nas comunicações interpessoais e compreensão do outro, entre outros benefícios”, enumera a especialista.

A psicóloga e diretora da Psico Store Consultoria, Martha Zouain, enfatiza que uma política de remuneração e recompensas alinhadas ao desempenho e à criação de uma cultura de valores éticos e morais ajuda a combater os danos causados pelo estresse no ambiente de trabalho. “O principal erro é negligenciar ou dar pouca importância a sua equipe. Outros equívocos são não ter a devida escuta para os questionamentos feitos e tratar o empregado como se mantê-lo no quadro fosse um favor. Hoje, profissionais que estão no mercado também escolhem as empresas onde querem trabalhar tanto quanto as empresas o avaliam, para ver se têm o perfil”, alerta Martha.

A psicóloga ressalta ainda que pesquisas recentes indicam que o trabalhador feliz falta menos, é mais produtivo, é em média 108% mais engajado e 50% mais motivado. No entanto, ela afirma que apenas aumentar os salários não resolve o problema da desmotivação.

“Há muito se sabe que ‘apenas’ a remuneração não é suficiente. Se fosse assim, as empresas que pagam melhor teriam ‘sempre’ os melhores e maiores talentos, e isso não é verdade. Está cada vez mais claro que existem outros fatores que criam relações mais sólidas e consistentes entre empresa e empregado”, diz.

Entre eles, ela enumera a importância de ter lideranças sólidas; valores claros, como ética, respeito, solidariedade, honestidade e igualdade; investimento em melhoria nas condições de trabalho; política de benefícios dentro das possibilidades da empresa, e a percepção, por parte do funcionário, da real preocupação do empregador com seu crescimento profissional e pessoal.

Foco nas pessoas

A Impacto Engenharia, por exemplo, elaborou um planejamento estratégico com foco nas pessoas – fornecedores, clientes e funcionários – em 2007 e já colhe os frutos da iniciativa. O diretor-executivo da empresa, Sandro Udson Carlesso, explica que o clima é monitorado por meio de pesquisas. Além disso, houve investimento na comunicação interna, com a criação de um jornal próprio, e em benefícios que vão desde ajuda para a conclusão dos estudos em diversos níveis até a oferta de cursos de informática e tratamento dentário gratuito.

A maior mudança talvez tenha sido a organização do Departamento de Recursos Humanos, que até então não existia. “No final do ano passado, o Sesi disponibilizou um programa para a verificação do clima e a média da empresa foi muito boa. Trabalhamos e tivemos bons resultados, mas ainda precisamos melhorar. Já fazemos uma premiação do destaque do ano e estamos criando um banco de ideias”, ressalta o diretor.
A satisfação dos funcionários também é levada a sério na Samp. Cerca de 50% deles já foram beneficiados com um programa de incentivo à educação. E essa não é a única medida voltada para melhorar o clima na empresa. De acordo com o diretor da Samp, Márcio Maciel, remuneração acima da média de mercado, benefícios como plano de saúde inteiramente gratuito, plano odontológico, cesta básica, assim como o investimento em equipamentos de trabalho, meios de comunicação e momentos de confraternização fazem parte das iniciativas adotadas pela empresa.

O monitoramento do clima é feito por meio das gerências e supervisões, o que é possível graças à boa comunicação existente. Uma gestão participativa, que abre espaço para o colaborador ser ouvido, também garante um ambiente de trabalho agradável.

“Inclusive o turn over da empresa é baixíssimo, o que também comprova a satisfação e motivação dos colaboradores em fazer parte da empresa. É claro que podemos e devemos melhorar esse nível de motivação. Para isso, a empresa reservou determinada verba para 2011, por meio da qual várias ações serão implementadas”, afirma o diretor. Entre as medidas previstas para este ano pela empresa estão treinamentos, cursos de especialização e atualização e medicina ocupacional, por exemplo.

Os exemplos da Impacto e da Samp não são isolados, mas sim refletem iniciativas que muitos gestores têm implementado em suas empresas, sejam elas de pequeno, médio ou grande porte, para manter alto o clima organizacional. Afinal, assim como um vírus, esse inimigo invisível chamado desmotivação é capaz de contagiar outras pessoas, atingindo a organização inteira.

Esta matéria foi publicada originalmente em 12 de Abril de 2011 no portal da Revista ESBrasil. As pessoas ouvidas e/ou citadas podem não estar mais nas situações, cargos e instituições que ocupavam na época, assim como suas opiniões e os fatos narrados referem-se às circunstâncias e ao contexto de então.

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