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sexta-feira, 29 março, 2024

A França não consegue ficar em paz

Dia da Bastilha: atentado deixa dezenas de mortos em Nice, no sul da França: 84 morreram e 18 estão em estado gravíssimo. 

Um caminhão atropelou diversas pessoas nesta quinta-feira (14) que estavam assistindo à queima de fogos em comemoração ao 14 de Julho, Dia da Bastilha, em Nice, no sul da França, matando dezenas. O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, afirmou que 84 pessoas morreram e 18 estão em estado de “emergência absoluta”, considerado muito grave. O atentado ocorreu no feriado em comemoração a Tomada da Bastilha (antiga fortaleza usada pela monarquia como prisão), em 1789, evento decisivo para o início da Revolução Francesa. 

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A França não consegue ficar em paz

O presidente francês, François Hollande, disse que o atentado tem “caráter terrorista”. Ele anunciou que vai estender por três meses o estado de emergência no país e ampliar operações na Síria e no Iraque. O gabinete da Procuradoria de Paris abriu investigação para apurar se o ataque foi mesmo terrorismo. Seria o terceiro ataque terrorista no país em um ano e meio. O ataque aconteceu no Promenade des Anglais (Passeio dos Ingleses), uma avenida à beira-mar, por volta das 22h30 (17h30 em Brasília). O procurador de Nice, Jean-Michel Prêtre, disse que o veículo percorreu 2 km entre a multidão. 

O Ministério do Interior francês confirmou que o motorista foi morto. A AP, citando como fonte o ex-prefeito de Nice e atual presidente da Metrópole Nice-Cote D’Azur, Christian Estrosi, afirmou que o caminhão estava cheio de armas e granadas.

Um repórter do jornal “Nice Matin” estava no local acompanhando a celebração do Dia da Bastilha e relatou que as pessoas correram em várias direções. O clima foi de pânico, já que ninguém sabia se era um acidente ou se o motorista atingiu as pessoas deliberadamente. Várias delas entraram no mar para se proteger.  Algumas testemunhas dizem que a polícia atirou contra o motorista para tentar impedir os atropelamentos e que “ocupantes” do veículo também atiraram, sem precisar quantas pessoas estariam no caminhão.

A França não consegue ficar em paz

O governo francês ainda não divulgou a identidade do condutor e culpado pelas mortes, mas o Ministério do Interior confirmou que ele foi morto. Fontes policiais disseram que se trata de um franco-tunisiano de 31 anos morador de Nice, segundo a France Presse. O documento de identidade dele foi encontrado no interior do veículo. 

Táxis que estavam na região transportaram gratuitamente pessoas que tentavam deixar o local logo após o caminhão avançar sobre a multidão. A polícia montou um perímetro de isolamento e cercou o veículo. A prefeitura de Nice informou que a avenida permanecerá fechada nesta sexta-feira (15).

Autoridades francesas pediram que as pessoas não divulguem rumores em redes sociais, depois que alguns posts falaram em supostos reféns em um restaurante e um hotel em Nice e um incêndio em Paris. Todos esses boatos foram desmentidos. O presidente francês François Hollande, que estava em Avignon (sudeste), voltou a Paris para chefiar a célula de crise montada no ministério do Interior na madrugada de quinta. “A França chorou, está ferida, mas é forte, e sempre será mais forte que os fanáticos que a atacaram hoje”, disse.

A França não consegue ficar em paz Presidente da França – François Hollande

 

Hollande decidiu prolongar mais uma vez o estado de exceção, que entrou em vigor após os atentados de novembro de 2015 e seria encerrado em 26 de julho. A Operação Sentinela mobiliza dez mil militares, além de policiais. Ele afirmou ainda que vai fazer um chamado aos militares da reserva para auxiliar no policiamento do território francês e das fronteiras. O Twitter lançou a operação #PortesOuvertesNice (Portas Abertas Nice), para que pessoas recebam em suas casas aqueles que ainda tentam se abrigar ou não têm para onde ir de imediato, e o Facebook ativou o status de segurança para que os que estão na cidade confirmem que estão a salvo.

 

Nos Estados Unidos, a Casa Branca divulgou um comunicado do presidente Barack Obama, no qual ele diz: “em nome do povo americano, eu condeno nos termos mais fortes o que aparenta ser um horrível atentado terrorista em Nice, França, que matou e feriu dezenas de civis inocentes. Nossos pensamentos e orações estão com as famílias e outros entes queridos dos que foram mortos, e desejamos uma total recuperação para os muitos feridos”.

 

A conta oficial de Paris no Twitter postou uma mensagem de solidariedade. “Paris está com Nice. Estamos com vocês de todo o coração. Estamos unidos”, diz o texto. A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, também se manifestou em seu perfil: “em nome dos parisienses, nosso mais fraternal apoio ao povo de Nice. Nossas cidades estão unidas”, escreveu.
O presidente em exercício do Brasil, Michel Temer, divulgou um comunicado, no qual diz: “é lamentável que no dia que eternizou a fraternidade como lema do povo francês, um atentado destrua a vida de tantos cidadãos”.

 

 

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