30 mil diagnósticos de câncer ginecológico todos os anos

0
621
câncer ginecológico
30 mil brasileiras diagnosticadas com algum tipo de câncer ginecológico todos os anos. Foto: divulgação.

O número corresponde aos casos apenas no Brasil. Por isso a campanha Janeiro Verde faz um alerta para o problema

Por Patrícia Battestin

O câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer que mais acomete as mulheres, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Ainda de acordo com o Instituto, para 2023 são esperados 17.010 da doença.

- Continua após a publicidade -

O problema é mais comum em mulheres consideradas jovens, na faixa dos 35 a 44 anos. Já os tumores ovarianos e de corpo uterino se tornam mais prevalentes naquelas acima de 50 anos e são responsáveis por mais de 6.500 novos diagnósticos a cada ano, respectivamente.

Apesar da alta incidência, especialistas apontam que com algumas medidas, a doença pode ser evitada. “Como o HPV é transmitido pelo ato sexual, fazer sexo com proteção é fundamental para se prevenir. Além disso, é indispensável que as mulheres façam o exame Papanicolau, também chamado de preventivo, capaz de detectar lesões pré-cancerígenas para que elas sejam tratadas antes que evoluam para câncer”, explicou a médica oncologista Virgínia Altoé Sessa.

A oncologista Angélica Nogueira, do Grupo Oncoclínicas, alerta para a importância da vacina contra HPV, um fator importante e que não pode ser deixado de lado. “Mais de 90% dos casos do câncer do colo do útero estão ligados ao HPV. Infelizmente, apenas um terço das meninas são vacinadas no Brasil e isso pode impactar diretamente no problema. Isso poderia reduzir em até 95% as chances de desenvolvimento da neoplasia”.

Desde 2014, a vacina contra o HPV é oferecida gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde no Brasil e está disponível atualmente para todas as crianças e adolescentes de 9 a 14 anos. “A imunização pode ajudar não só a prevenir o câncer do colo do útero, como também o de vulva, vagina e ânus nas mulheres e de pênis nos homens”. Além disso, vale lembrar que a vacina também é indicada para pacientes com câncer, HIV e transplantados (até os 45 anos nas mulheres e 26 anos nos homens).

Janeiro verde

Ao longo do mês, a campanha Janeiro Verde vem para alertar sobre a prevenção e conscientização do câncer do colo do útero. A data deve ser também uma oportunidade para ampliar a conscientização sobre outros tipos de tumores ginecológicos, entre eles os de corpo do útero (endométrio) e ovário. Juntos, os cânceres que afetam o sistema reprodutor feminino correspondem a mais de 30 mil novos diagnósticos todos os anos.

De acordo com a oncologista Angélica Nogueira, no caso do câncer do colo do útero, a prevenção deve ser realizada através do Papanicolau (a partir dos 25 anos), sendo repetido uma vez por ano por três vezes e, se não houverem alterações, uma vez a cada três anos após esse período, vacinação contra o HPV e uso de preservativos durante a relação sexual.

“No caso dos cânceres de útero e endométrio, por não existirem exames específicos de rastreamento, é fundamental praticar regularmente exercícios físicos, manter uma dieta equilibrada e, caso seja indicado pelo especialista, o uso da pílula anticoncepcional”, comenta a especialista.