{"id":98045,"date":"2020-11-16T17:00:06","date_gmt":"2020-11-16T20:00:06","guid":{"rendered":"https:\/\/esbrasil.com.br\/?p=98045"},"modified":"2020-11-16T17:00:06","modified_gmt":"2020-11-16T20:00:06","slug":"covid-dados-desta-semana-podem-apontar-tendencias","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/esbrasil.com.br\/covid-dados-desta-semana-podem-apontar-tendencias\/","title":{"rendered":"Covid: dados desta semana podem apontar tend\u00eancias"},"content":{"rendered":"
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A tend\u00eancia de queda nos registros que se notava nos \u00faltimos meses n\u00e3o existe mais e os dados mostrar\u00e3o se o que vir\u00e1 \u00e9 uma tend\u00eancia de alta<\/h2>\n

Por Marco Ant\u00f4nio Carvalho (AE)<\/strong><\/p>\n

Os dados da covid-19 a serem divulgados ao longo desta semana poder\u00e3o jogar luz sobre ind\u00edcios apontados at\u00e9 agora pontualmente em hospitais de diferentes cidades do Pa\u00eds de que os casos da doen\u00e7a est\u00e3o voltando a aumentar. Isso ocorre ap\u00f3s um cen\u00e1rio de estabiliza\u00e7\u00e3o e queda do n\u00famero de infec\u00e7\u00f5es nos \u00faltimos meses, o que levou as cidades a flexibilizarem medidas tomadas com objetivo de frear a propaga\u00e7\u00e3o do v\u00edrus no primeiro semestre deste ano.<\/p>\n

Ap\u00f3s enfrentarem problemas com o sistema do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade na primeira semana de novembro, os Estados poder\u00e3o voltar a informar com precis\u00e3o dados de casos, interna\u00e7\u00f5es e mortes pelo novo coronav\u00edrus. A falha t\u00e9cnica come\u00e7ou a ser solucionada na semana passada, quando os governos voltaram a abastecer o sistema. A retomada, no entanto, trouxe sinais do represamentos dos registros dos dias anteriores e ainda n\u00e3o havia retornado ao seu fluxo regular. No s\u00e1bado, 14, por exemplo, os Estados relataram 818 \u00f3bitos pela covid-19, o que foi considerado at\u00edpico.<\/p>\n

Por isso, esta e a pr\u00f3xima semana est\u00e3o sendo consideradas importantes por especialistas na an\u00e1lise da tend\u00eancia que a doen\u00e7a assumir\u00e1 em algumas cidades. O\u00a0Estad\u00e3o<\/i>\u00a0j\u00e1 mostrou que hospitais privados da cidade de S\u00e3o Paulo registraram aumento nas interna\u00e7\u00f5es. Tamb\u00e9m na semana passada, laborat\u00f3rios privados relataram o mesmo movimento, incluindo o grupo Dasa, com mais de 800 unidades em diferentes regi\u00f5es do Pa\u00eds. O grupo disse ter notado alta na procura por testes e na positividade desses testes, indicando maior preval\u00eancia da doen\u00e7a.<\/p>\n

“Com a normaliza\u00e7\u00e3o gradual do sistema ao longo dos dias, \u00e9 prov\u00e1vel que a gente consiga ter uma ideia melhor do que est\u00e1 acontecendo”, diz Marcio Sommer Bittencourt, m\u00e9dico do Centro de Pesquisa Cl\u00ednica e Epidemiol\u00f3gica do Hospital Universit\u00e1rio da USP. Para ele, a tend\u00eancia de queda nos registros que se notava nos \u00faltimos meses n\u00e3o existe mais e os dados mostrar\u00e3o se o que vir\u00e1 \u00e9 uma tend\u00eancia de alta ou uma estabilidade em alto patamar<\/p>\n

O que se anuncia, na an\u00e1lise de Bittencourt, “n\u00e3o \u00e9 um caos nem uma situa\u00e7\u00e3o de completo descontrole”, Mas isso tamb\u00e9m n\u00e3o quer dizer que o cen\u00e1rio seja o ideal. “O que a gente tem hoje \u00e9 algo sem precedentes em rela\u00e7\u00e3o a doen\u00e7a infecciosa no Brasil. S\u00e3o n\u00fameros melhores do que era antes, mas n\u00e3o s\u00e3o bons. Permanecer est\u00e1vel onde estamos \u00e9 muito ruim”, diz.<\/p>\n

O cen\u00e1rio n\u00e3o se restringe a S\u00e3o Paulo. Um outro exemplo citado pelo m\u00e9dico \u00e9 o caso de Curitiba. L\u00e1, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Sa\u00fade, os n\u00fameros de diagn\u00f3sticos tamb\u00e9m est\u00e3o em alta. Na semana passada, o patamar de casos ativos di\u00e1rios (5.306) atingiu o maior n\u00edvel desde o in\u00edcio de agosto. E a m\u00e9dia de novos casos confirmados por dia repete o mesmo padr\u00e3o. Os 477 casos do in\u00edcio de novembro representam a maior quantidade desde o fim de julho. A Unimed em Curitiba, notando o aumento do n\u00famero de casos, decidiu suspender o atendimento em quatro laborat\u00f3rios com objetivo de reduzir a possibilidade de cont\u00e1gio e dissemina\u00e7\u00e3o do novo coronav\u00edrus.<\/p>\n

Quem tamb\u00e9m espera que os sistemas do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade sejam retomados em sua totalidade nesta semana \u00e9 Marcelo Gomes, pesquisador em sa\u00fade p\u00fablica da Fiocruz. Ele coordena o Infogripe, sistema que monitora dados de notifica\u00e7\u00e3o de s\u00edndrome respirat\u00f3ria aguda grave (SRAG) e tem como fonte um sistema do minist\u00e9rio. “Ainda estamos \u00e0s cegas”, disse Gomes ao\u00a0Estad\u00e3o<\/i>\u00a0neste domingo. A retomada do fluxo de informa\u00e7\u00f5es poder\u00e1 possibilitar novamente as an\u00e1lises feitas pelo Infogripe.<\/p>\n

O Minist\u00e9rio da Sa\u00fade reconheceu nesta sexta-feira, 13, ind\u00edcios de um ataque cibern\u00e9tico em seu sistema. A pasta desativou parte de sua rede e restringiu o acesso de servidores a e-mails, entre outros servi\u00e7os, quando identificou um “v\u00edrus” em sua rede. Desde ent\u00e3o h\u00e1 limita\u00e7\u00f5es em servi\u00e7os do minist\u00e9rio.<\/p>\n

O boletim produzido com dados do fim de outubro j\u00e1 apontava para aumento de casos em algumas capitais. Em Florian\u00f3polis, Jo\u00e3o Pessoa e Macei\u00f3, a an\u00e1lise do Infogripe diz que havia na data sinal forte de crescimento no longo prazo. Na capital catarinense, os dados apontavam seis semanas consecutivas com sinal de crescimento, enquanto para Macei\u00f3 e Jo\u00e3o Pessoa a observa\u00e7\u00e3o de alta j\u00e1 se mantinha h\u00e1 4 e 5 semanas, respectivamente.<\/p>\n

Em S\u00e3o Paulo, o ind\u00edcio claro era de que a queda notada nos meses anteriores j\u00e1 n\u00e3o era mais notada. “As pr\u00f3ximas semanas devem ser cruciais para termos um sinal mais claro sobre qual ser\u00e1 a nova realidade em S\u00e3o Paulo: se a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 de estabiliza\u00e7\u00e3o com pequenas oscila\u00e7\u00f5es ou se j\u00e1 h\u00e1 uma revers\u00e3o do processo de queda e o in\u00edcio de uma retomada de crescimento”, avalia Gomes.<\/p>\n

O pesquisador pontua que os dados consolidados t\u00eam a capacidade de fornecer uma an\u00e1lise mais completa do cen\u00e1rio. “Os relatos pontuais n\u00e3o necessariamente refletem a realidade do munic\u00edpio como um todo, pode ser uma situa\u00e7\u00e3o particular. Precisamos do dado completo para poder avaliar e infelizmente na \u00faltima semana n\u00e3o podemos fazer isso. Temos que esperar”, completa.<\/p>\n

Gomes lembra que o momento para os governos \u00e9 de ter uma equipe fazendo reavalia\u00e7\u00e3o cont\u00ednua das a\u00e7\u00f5es de flexibiliza\u00e7\u00e3o j\u00e1 implementadas. “Se estou com uma situa\u00e7\u00e3o de retomada do crescimento de casos e planejava avan\u00e7ar nas medidas de flexibiliza\u00e7\u00e3o, do ponto de vista epidemiol\u00f3gico isso n\u00e3o \u00e9 aconselh\u00e1vel. Pode ser necess\u00e1rio voltar atr\u00e1s”, diz. “As flexibiliza\u00e7\u00f5es n\u00e3o podem ser interpretadas pela popula\u00e7\u00e3o como problema encerrado. A comunica\u00e7\u00e3o tem de lembrar que, enquanto o v\u00edrus estiver presente e houver indiv\u00edduos suscet\u00edveis, essas medidas n\u00e3o podem ser vistas como um retorno \u00e0 normalidade.”<\/p>\n

O m\u00e9dico Marcio Sommer Bittencourt lembra que a maior parte da estrat\u00e9gia que o Pa\u00eds deveria estar adotando n\u00e3o est\u00e1 adequadamente montada. “Estamos confiando em um pouco de distanciamento social e medidas como m\u00e1scaras e higiene das m\u00e3os, que devem ser refor\u00e7adas. Mas a iniciativa governamental deveria incluir estrat\u00e9gias m\u00faltiplas, como testagem ampla e isolamento das pessoas com sintomas e de quem manteve contato com elas. E isso est\u00e1 sendo mal feito”, analisa.<\/p><\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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