{"id":231901,"date":"2023-12-05T12:15:35","date_gmt":"2023-12-05T15:15:35","guid":{"rendered":"https:\/\/esbrasil.com.br\/?p=231901"},"modified":"2023-12-04T17:30:29","modified_gmt":"2023-12-04T20:30:29","slug":"analise-venezuela-vai-anexar-parte-da-guiana","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/esbrasil.com.br\/analise-venezuela-vai-anexar-parte-da-guiana\/","title":{"rendered":"An\u00e1lise: Venezuela vai anexar parte da Guiana?"},"content":{"rendered":"

95% da popula\u00e7\u00e3o venezuelana optou pelo “sim” no plebiscito sobre a anexa\u00e7\u00e3o do territ\u00f3rio de Essequibo, localizado na Guiana<\/h2>\n

Ap\u00f3s o an\u00fancio da vit\u00f3ria do sim no plebiscito venezuelano para a anexa\u00e7\u00e3o da regi\u00e3o de Essequibo, que pertence a Guiana, no domingo, 3, a grande pergunta \u00e9 o que vem depois. O ditador da Venezuela, Nicol\u00e1s Maduro, ressaltou que a vit\u00f3ria representa “o primeiro passo” para que a Venezuela lute pelo territ\u00f3rio que considera seu. Apesar do alerta ligado na Am\u00e9rica do Sul para a possibilidade de um conflito armado entre Caracas e Georgetown, analistas avaliam que o movimento de Maduro foi feito para refor\u00e7ar o nacionalismo venezuelano, desviando a aten\u00e7\u00e3o do p\u00fablico da crise pol\u00edtica e econ\u00f4mica do pa\u00eds com a proximidade das elei\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

O professor de rela\u00e7\u00f5es internacionais da FGV e colunista do Estad\u00e3o, Oliver Stuenkel, destacou em sua coluna que a vota\u00e7\u00e3o \u00e9 meramente simb\u00f3lica. “O plebiscito \u00e9 uma manobra cl\u00e1ssica para inflamar o nacionalismo antes das elei\u00e7\u00f5es em 2024 Cientes do risco de serem rotulados de traidores da p\u00e1tria se criticassem a estrat\u00e9gia esdr\u00faxula de Maduro de priorizar a retomada de Essequibo, oposicionistas n\u00e3o viram outra op\u00e7\u00e3o a n\u00e3o ser apoiar o autocrata venezuelano nesse quesito espec\u00edfico”<\/p>\n

De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, 95% da popula\u00e7\u00e3o optou pelo sim no plebiscito. Elvis Amoroso, presidente do \u00f3rg\u00e3o, informou que 10,5 milh\u00f5es de pessoas participaram do pleito, uma ades\u00e3o muito baixa \u00e0 consulta em um pa\u00eds que tem uma popula\u00e7\u00e3o eleitoral de 20,7 milh\u00f5es de pessoas<\/p>\n

A crise econ\u00f4mica da Venezuela e as concess\u00f5es feitas por Maduro para a participa\u00e7\u00e3o da oposi\u00e7\u00e3o nas elei\u00e7\u00f5es marcadas para o ano que vem fizeram com que o regime buscasse meios para tentar oxigenar o seu movimento, avalia o professor de rela\u00e7\u00f5es internacionais da ESPM, Leonardo Trevisan. “Este plebiscito teve esse papel, de mobilizar a popula\u00e7\u00e3o. A exist\u00eancia de um inimigo externo \u00e9 sempre um fator mobilizador”, ressalta o especialista<\/p>\n

Guerra<\/h4>\n

A possibilidade de uma guerra iniciada por Caracas para a anexa\u00e7\u00e3o de Essequibo \u00e9 pequena, de acordo com Stuenkel e teria um custo diplom\u00e1tico muito alto para o regime de Maduro. A Venezuela conta com a flexibiliza\u00e7\u00e3o das san\u00e7\u00f5es por parte dos Estados Unidos e Uni\u00e3o Europeia para respirar economicamente. O al\u00edvio do pacote de san\u00e7\u00f5es para o regime de Maduro ocorreu em um contexto de maior busca por petr\u00f3leo ap\u00f3s o in\u00edcio da guerra da Ucr\u00e2nia e foi condicionado a realiza\u00e7\u00e3o de elei\u00e7\u00f5es livres e justas no pa\u00eds em 2024.<\/p>\n

“Para o regime venezuelano, o custo diplom\u00e1tico e econ\u00f4mico de uma guerra iniciada por Maduro seriam imensos, desde a reimposi\u00e7\u00e3o de san\u00e7\u00f5es amplas por parte de Washington at\u00e9 a condena\u00e7\u00e3o diplom\u00e1tica quase universal – inclusive na Am\u00e9rica Latina”, afirmou o professor de rela\u00e7\u00f5es internacionais da FGV. “No caso pouco prov\u00e1vel de um ataque militar por parte da Venezuela, a Guiana contaria com apoio de seus aliados, como os Estados Unidos, para preservar sua integridade territorial”.<\/p>\n