Por Arilda Teixeira<\/strong><\/p>\n Ainda que o palco esteja tomado pelas disputas eleitorais, a economia continua seguindo seu curso. Seus indicadores, se n\u00e3o agradam, tamb\u00e9m n\u00e3o desagradam. Est\u00e3o em cima do muro.<\/p>\n Por exemplo, no setor privado, o percentual da popula\u00e7\u00e3o ocupada, com carteira assinada, que entre 2012-13 era de 3%; entre 2013 e 15 chegou a 3,6%; manteve-se em queda de 2,7% de 2016 at\u00e9 2018; entre 2018-19 cresceu 1,1%. N\u00e3o \u00e9 o \u00f3timo, mas \u00e9 o exequ\u00edvel – o percentual de subutiliza\u00e7\u00e3o da for\u00e7a de trabalho aumentou nos bi\u00eanios 2014-15(27,4%), 2015-16(37,1%), 2017-18(12,7%). A PNAD cont\u00ednua para 2019 indicou que o n\u00edvel de ocupa\u00e7\u00e3o da for\u00e7a de trabalho est\u00e1 em 54%, e o de desocupa\u00e7\u00e3o de 7,4%; a taxa de desocupa\u00e7\u00e3o est\u00e1 em 11,9% -j\u00e1 foi mais de 17%.<\/p>\n A pesquisa Industrial Mensal do IBGE de julho deste ano indicou que o investimento em bens de capital aumentou 3,7% no acumulado no ano, em rela\u00e7\u00e3o ao mesmo per\u00edodo de 2021 \u2013 um alento, j\u00e1 que em rela\u00e7\u00e3o ao m\u00eas anterior havia ca\u00eddo 3,7%; em rela\u00e7\u00e3o ao mesmo m\u00eas em 2021 caiu 5,8%. Entretanto, o consumo de bens intermedi\u00e1rios, apesar de ter crescido 2,2% no m\u00eas de julho\/22 em rela\u00e7\u00e3o a junho\/22, no acumulado do ano caiu 1,7%, e no acumulado em 12 meses 2,6%.<\/p>\n Bens Intermedi\u00e1rios s\u00e3o insumos para produzir outros bens. Quando suas demandas caem \u00e9 sinal de desacelera\u00e7\u00e3o de atividade. Situa\u00e7\u00e3o que o setor de bens de consumo dur\u00e1veis e semidur\u00e1veis parece confirmar: ambos est\u00e3o em queda. O setor de bens consumo dur\u00e1vel, no acumulado em rela\u00e7\u00e3o a 2021 caiu 10,2%; e no acumulado em 12 meses caiu 15,4%.<\/p>\n O setor de bens de consumo semidur\u00e1vel caiu 0,8% em rela\u00e7\u00e3o ao mesmo per\u00edodo de 2021; e 3,2% no acumulado em 12 meses.<\/p>\n Essas estat\u00edsticas, se n\u00e3o s\u00e3o \u00f3timas, tamb\u00e9m n\u00e3o s\u00e3o ruins. Suas disparidades s\u00e3o mais efeito de falta de rumo da pol\u00edtica econ\u00f4mica do que da din\u00e2mica da economia brasileira.<\/p>\n Assim, enquanto a economia segue, cerceada pelo morde e assopra entre os Poderes Executivo e Legislativo, desperdi\u00e7ando o tempo que poderia usar para definir e implantar um Projeto que colocaria sua economia na rota do desenvolvimento, perde tempo que reflete seu custo atrav\u00e9s das estat\u00edsticas.<\/p>\n Em setembro o Brasil completa 200 anos como pa\u00eds independente, mas seu Estado permanece na cultura patrimonialista. Portanto, incapaz de propor projetos para desviar sua economia do subdesenvolvimento \u2013 considera que s\u00e3o os cidad\u00e3os contribuintes \u00e9 que est\u00e3o a servi\u00e7o do Estado.<\/p>\n Em outubro haver\u00e1 elei\u00e7\u00f5es majorit\u00e1rias. Oportunidade para propor e discutir projetos que aprimorar\u00e3o a estrutura produtiva e regulat\u00f3ria da economia brasileira. Mas, pouco se ouve dessas postulantes propostas exequ\u00edveis e conclusivas nessa dire\u00e7\u00e3o. Seus narcisismos os impedem de pensar na Na\u00e7\u00e3o.<\/p>\n N\u00e3o h\u00e1 um Projeto para desenvolvimento na al\u00e7a de mira dos candidatos deste pleito. Isto preocupa, porque a economia brasileira est\u00e1 envelhecendo sem que tenha uma base produtiva capaz de atender uma popula\u00e7\u00e3o predominantemente idosa. Na dire\u00e7\u00e3o que segue, est\u00e1 fadada a permanecer no subdesenvolvimento.<\/p>\n Arilda Teixeira<\/strong> \u00e9 economista e professora da Fucape Business School.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" O setor de bens de consumo semidur\u00e1vel caiu 0,8% em rela\u00e7\u00e3o ao mesmo per\u00edodo de 2021; e 3,2% no acumulado em 12 meses Por Arilda Teixeira Ainda que o palco esteja tomado pelas disputas eleitorais, a economia continua seguindo seu curso. Seus indicadores, se n\u00e3o agradam, tamb\u00e9m n\u00e3o desagradam. 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