No dia 19 de setembro será realizado, no Hotel Bristol, na Praia de Camburi, em Vitória, o ES Brasil Debate. Desta vez o tema será: “Desenvolvimento: É possível crescer com sustentabilidade?”. Um dos debatedores confirmados, o diretor da Findes para assuntos do Meio Ambiente, Wilmar Barros Barbosa fala sobre desenvolvimento sustentável. Confira:
Porque o desenvolvimento sustentável tem crescido tanto no Brasil?
A busca pelo desenvolvimento sustentável tem crescido muito no Brasil. O desenvolvimento sustentável, se continuar nessa escala, deverá crescer. A colocação é que todos estão buscando isso, mas até conseguir os resultados sustentáveis tem um intervalo muito grande.
Qual a importância desse crescimento nos dias de hoje?
Todo crescimento sustentável vai se prolongar ao longo do tempo. É um crescimento com base, com mecanismos de controle, com tudo que possa te certificar e te garantir que aquilo ali está dentro de uma realidade que não provoque danos externos. Essa condição é essencial para você ter o que está procurando. É totalmente diferente das empresas que ao longo desses anos passados apresentavam crescimento. Elas tinham crescimento, mas não tinham sustentabilidade. Com o passar de determinado tempo, essas empresas não existem mais.
No Espírito Santo, para as indústrias, o desenvolvimento sustentável já é prioridade?
Para alguns setores, sim, para outros, não. A grande preocupação hoje na busca pela sustentabilidade é exatamente isso. As empresas que tem maior sustentabilidade elas estão em uma relação geral, uma relação de petróleo, que é um sustentabilidade meio factóide. Afinal, o petróleo vai acabar uma hora, o minério vai acabar uma hora. Gerar sustentabilidade no Brasil é uma sustentabilidade que tem período definido. O setor agrícola, por exemplo, a sustentabilidade nele tem prazo. A busca da sustentabilidade é inversamente proporcional ao prazo definido da sua criação. Então, aquele que não se tem prazo, é o que a gente busca. Se eu tiver o processo de sustentabilidade no meu trabalho eu tenho retorno garantido, eu tenho procedimentos garantidos, e ao mesmo tempo, vou chegar no final do período com aquilo funcionando. Mais que período é esse? Período indeterminado. Enquanto nos demais setores, de mineração e extração você vai chegar em um determinado final de período e vai zerado. Então a sustentabilidade deles é por período.
As indústrias capixabas têm investido nessa área?
Vários setores tem buscado práticas sustentáveis e mecanismos sustentáveis. Quando eu saio das funções minerais, tirando a agricultura, que pela natureza dela já é auto-sustentável, todos os outros setores, a questão da sustentabilidade vem veiculado à inovação tecnológica. Por exemplo, hoje, eu sou auto-sustentável como empresa, daqui há um ano pode surgir um equipamento novo e eu passo a ser insustentável em um período curto de tempo. Portanto, a sustentabilidade vem veiculada aos padrões de tecnologia.
Quais as vantagens e benefícios, para as indústrias, em realizar práticas sustentáveis?
A maior vantagem no processo de sustentabilidade é uma automação global geral. São funcionários, empresa, fornecedor, clientes. Você tem um ciclo de estabilidade muito grande. Nessa parte o único que ainda não entrou foi o estado, ou seja, municípios, estados e união. Hoje, ele é o maior gerador de instabilidade setorial. Toda vez que ele traz uma nova condição de tributação, ou uma nova metodologia de avaliação tributária ele bagunça a sustentabilidade do setor inteiro. A grande verdade é que a instabilidade dos governos estaduais estão geram uma insustentação setorial, que é um setor que passa a não se sustentar devido uma mudança.