Anúncio foi feito pela autoridade portuária durante evento que comemorou a conclusão de R$ 180 milhões em investimentos e contou com a presença do ministro dos Portos e do governador do Estado
Por Kikina Sessa
Ao completar dois anos de concessão dos portos de Vitória, Vila Velha e Barra do Riacho, a Vports, empresa privada que detém a concessão por 35 anos, anunciou um investimento de R$ 26 milhões na dragagem dos portos de Vitória e de Barra do Riacho.
O projeto, estratégico para aumentar a competitividade dos portos, vai permitir a manutenção da profundidade do canal, garantindo os calados operacionais. Para Vitória, está previsto um volume de dragagem de 280 mil metros cúbicos. Já para Barra do Riacho, o volume será de 350 mil metros cúbicos, sendo a primeira dragagem do porto desde a sua construção, em 2013. As obras estão previstas para acontecer entre outubro de 2024 e fevereiro de 2025.
O contrato para esse serviço foi assinado nesta segunda-feira (23) durante evento que marcou a conclusão das obras de modernização da infraestrutura do Porto de Vitória, um investimento de R$ 180 milhões. A inauguração oficial das obras contou com cerimônia no Porto de Capuaba, com a presença do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho; do governador do Espírito Santo, Renato Casagrande; e do diretor-presidente da Vports, Gustavo Serrão.
Na ocasião, a autoridade portuária anunciou a assinatura do 10º contrato neste primeiros 24 meses. Dessa vez com a Vix Shore, que passa a ocupar a retroárea do Cais Comercial e o Armazém 2, se estabelecendo com mais uma opção de apoio às operações de plataformas e ampliando a capacidade do Estado no atendimento à indústria offshore.
Para o diretor-presidente da Vports, os novos investimentos demonstram o compromisso da empresa em melhorias contínuas com foco em produtividade, segurança e eficiência, e reforçam o compromisso em oferecer estrutura de excelência para atrair novos negócios e gerar desenvolvimento para o Estado.
“São projetos importantes dentro do propósito de investir em aumento da capacidade, diversificação de cargas e novas áreas de exploração portuária. Temos uma vantagem competitiva em função da localização privilegiada, atuando como um elo logístico que envolve diversos modais. Nossos esforços estão voltados para fortalecer o complexo portuário, visando a impulsionar um ambiente de negócios mais dinâmico, eficiente e ágil, dentro de um projeto sólido, de crescimento e desenvolvimento compartilhado”, afirma Gustavo Serrão.
Aumento de 80% na movimentação até 2029
Entre os projetos contemplados nos investimentos de R$ 180 milhões concluídos, está a revitalização da estrutura ferroviária localizada dentro da área do porto, no município de Vila Velha. Nas próximas semanas, o ramal já poderá ser utilizado. A ferrovia abre caminhos para a criação de uma nova rota logística entre a região Centro-Oeste, com trilhos partindo de Goiás, o Triângulo Mineiro e o Espírito Santo.
“Permitir a integração entre os modais é trabalhar em prol de um custo logístico menor, que beneficia todos os atores envolvidos no processo, distribuindo cargas de acordo com as especificidades de cada porto e permitindo o fortalecimento de uma forma mais geral e equânime. E, nesse sentido, ganhamos todos, especialmente a exportação brasileira”, considera Serrão.
A estrutura tem capacidade para aumentar o volume de cargas escoadas pelo porto em aproximadamente 5 milhões de toneladas. Essa, entre outras iniciativas, vai contribuir para aumentar a capacidade de movimentação em 80% até 2029. “O trabalho incluiu todas as intervenções necessárias para acomodar a matriz futura de carga, com obras de adequações e retrofit nos ramais”, diz.
A expectativa é de que a nova estrutura ferroviária – ligada à Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e à Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) – seja utilizada especialmente para movimentação de fertilizantes e farelo de soja, com maior capacidade, eficiência e agilidade.
Outro importante projeto foi a recuperação dos berços 905 e 206 no Terminal Portuário de Paul, utilizados na movimentação de gusa e combustíveis. A reforma trouxe benefícios como maior produtividade para as operações, além da extensão da vida útil das estruturas. O berço 905 tem 160 metros de comprimento e 12 metros de largura, enquanto o berço 206 é um pouco maior, com 261 metros de comprimento e 12 metros de largura.
No total, o trabalho envolveu a pavimentação de cinco mil metros quadrados do cais e seis mil metros quadrados de recuperação estrutural e pintura, com a utilização de 22 toneladas de aço e três mil metros cúbicos de concreto, além de obras de drenagem e reaterro. Também foram instaladas defensas no berço 905, de forma a garantir a condição técnica e de segurança das operações.
As obras apresentadas também incluem a recuperação dos dois silos horizontais localizados em Capuaba, Vila Velha, que, juntos, têm capacidade para armazenamento de 80 mil toneladas de granéis sólidos vegetais como trigo, malte, farelo de soja, milho, entre outros.
Também foram recuperados cinco armazéns de importância histórica e cultural localizados no centro de Vitória: dois deles (1 e 2), com 1,5 mil metros quadrados cada, serão utilizados para fins comerciais, além de reformas de berços e adequações estruturais para diversificar os tipos de carga transportadas.
Os armazéns 3 e 4 com área de cerca de 2 mil metros abrigarão, respectivamente, o Senai Porto – uma unidade do Senai voltada para a formação de mão de obra na área de Logística, Tecnologia da Informação, Gestão Portuária e Economia do Mar – e o Museu Vale, ficando o Armazém 5 disponível para a Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo.
Confira as entrevistas com o ministro do Portos, Silvio Costa Filho, o governador do Estado, Renato Casagrande, e o diretor-presidente da Vports, Gustavo Serrão.