Selic interfere na vida dos brasileiros pois representa a origem de diversos processos que regem a economia e é o principal instrumento do Banco Central para segurar a inflação
Por Samantha Dias
Estabelecida atualmente em 4,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom), a Selic (taxa básica de juros) interfere direta e indiretamente no dia a dia dos brasileiros, porque ela serve de base para os demais juros cobrados nas operações de crédito e em boa parte dos investimentos em renda fixa. Na prática, a Selic representa a origem de diversos processos que regem a economia e é o principal instrumento do Banco Central (BC) para segurar a inflação (IPCA).
A cada 45 dias, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central define uma meta para a taxa Selic. Segundo a teoria econômica tradicional, quanto mais moeda em circulação, maior a chance de os preços subirem.
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Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é frear a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços: com os juros mais altos fica mais caro conseguir crédito e as pessoas tendem a poupar mais. Desse modo, taxas mais altas podem dificultar a recuperação da economia.
Quando os juros básicos sobem, como ocorre desde março, as taxas dos demais empréstimos se elevam, tornando mais difícil o acesso ao crédito. Isso impacta tanto o consumo, principalmente de bens duráveis (carros, eletrodomésticos) como os investimentos das empresas.
Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
O câmbio é um canal mais sensível à movimentação da taxa Selic (aumento ou redução). Quanto maior a Selic, mais recursos estrangeiros entram no país. Isso ocorre porque os investidores se baseiam na diferença entre a taxa básica nos Estados Unidos, atualmente numa faixa entre 0% e 0,25% ao ano, e as taxas básicas de países emergentes, como o Brasil. Os juros mais altos buscam compensar o maior risco dos investidores em relação aos títulos do Tesouro norte-americano, considerados os investimentos mais seguros do mundo.
O segundo canal sensível são os investimentos em renda fixa. Como a taxa Selic influencia diretamente a remuneração de diversas aplicações, qualquer mudança afeta a rentabilidade desses recursos. Os principais investimentos cujo rendimento sobe com a alta dos juros básicos são os títulos do Tesouro Direto vinculados à Selic, a caderneta de poupança (que atualmente rende 70% da Selic) e investimentos atrelados ao CDI, como Certificados de Depósitos Bancários (CDB), Letras de Câmbio (LC), Letras de Crédito ao Agronegócio (LCA) e Letras de Crédito Imobiliário (LCI).
Com informações da Agência Brasil