Empresa assinou protocolo de intenções com o governo do Estado para acelerar projetos que busquem reduzir a emissão de carbono com recursos do Fundo de Descarbonização
Por Kikina Sessa
Ainda em fase de modelagem e com previsão de lançar até o final de abril de 2025 edital para contratação de empresa gestora, o Fundo de Descarbonização do Espírito Santo já atrai interesse de grandes empresas.
A Vale assinou nesta terça-feira (15), com o governo do Estado, um protocolo de intenções em que se compromete a incentivar as empresas da cadeia de fornecimento a acelerar os processos de redução de emissão de carbono, com foco na produção e consumo de combustíveis de baixo carbono, como biometano, hidrogênio verde e tecnologias de captura e armazenamento de gás carbônico (CO₂).
A meta da mineradora é reduzir em 33% as emissões de carbono até 2030. “A descarbonização tem de agregar valor para as empresas”, frisou disse a gerente de Mudanças Climáticas da Vale, Vivian MacKnight. A companhia já identificou que o uso de combustível fóssil é a principal fonte de emissão em seus processos. No entanto, ainda estuda a melhor alternativa para substituição desse combustível.
Fundo de Descarbonização na COP30
O Fundo de Descarbonização do Espírito Santo terá um aporte inicial de R$ 500 milhões, provenientes do Fundo Soberano, criado pelo Estado com parte das receitas dos royalties de petróleo. “Vamos usar recursos provenientes dos combustíveis fósseis para financiar a energia limpa”, comentou o governador do Estado, Renato Casagrande.
A expectativa do governo é que o Fundo esteja em operação no segundo semestre. O processo de contratação da gestora deve demorar em torno de três meses, segundo o diretor-presidente do Bandes, Marcelo Saintive.
De acordo com o vice-governador Ricardo Ferraço, mais de 40% das emissões de carbono no Espírito Santo são provenientes das siderúrgicas instaladas no Estado. Ferraço disse ainda que a Vale pode, inclusive, aportar recursos no Fundo para dar celeridade a esse processo de descarbonização.
Presente na solenidade de assinatura, o secretário de Meio Ambiente, Felipe Rigoni, disse que nos próximos meses estará concluído o Plano de Mudanças Climáticas do Espírito Santo e que, para atingir as metas até 2050, serão necessários investimentos em torno de 2% do PIB estadual. Conforme Rigoni, isso equivale a R$ 3 bilhões por ano.


O governo do Estado pretende apresentar o Fundo de Descarbonização do Espírito Santo na COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) , que será realizada em Belém, de 10 e 21 de novembro de 2025. “Vamos apresentar um produto diferenciado, já que o maior problema para reduzir a emissão de carbono é o financiamento com custo adequado. Isso acelera nosso processo de transição energética”, disse Casagrande.