Deputada estadual Camila Valadão participou de debate e alertou sobre os riscos da privatização das unidades de conservação do Estado
Por Robson Maia
Na último quinta-feira (7), a deputada estadual Camila Valadão, do Psol, participou de uma audiência pública no município de Itaúnas, Região Norte do Espírito Santo. O principal ponto foi o debate do processo de concessão do Parque Estadual de Itaúnas e de outras unidades de conservação à iniciativa privada, por meio do Decreto-R nº. 5409/2023 que estabelece o Programa de Desenvolvimento Sustentável das Unidades de Conservação do Estado do Espírito Santo (PEDUC).
A audiência, proposta pela deputada Iriny Lopes, do PT, foi organizada pela Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, e reuniu a comunidade local, que expressou preocupações e questionamentos sobre o projeto do Governo do Estado.
Camila Valadão criticou a falta de diálogo com a população local antes do anúncio da concessão, destacando o impacto ambiental e social que a medida poderá trazer.
“A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEAMA) está projetando um milhão de visitantes por ano aqui. Antes de vocês saberem pelos jornais, deveriam saber por meio da SEAMA os termos da concessão”, afirmou a deputada, que ocupa a suplência na Comissão de Meio Ambiente e já vem apontando o risco de desvalorização das unidades de conservação do Espírito Santo.
Durante o encontro, Valadão enfatizou que o projeto atual não contempla a necessidade de fortalecimento do Instituto Estadual de Meio Ambiente (IEMA) e criticou a lógica de “precarizar para depois vender.”
A parlamentar destacou ainda que a ausência de investimentos públicos no parque tem gerado abandono e insegurança, reforçando a narrativa da privatização. “É grave a situação das unidades de conservação. Não vamos aceitar a entrega do nosso patrimônio ecológico para o lucro da iniciativa privada”, declarou.
A comunidade de Itaúnas manifestou tanto posições contrárias quanto favoráveis à concessão, mas a maioria convergiu na defesa de mais investimentos públicos e da garantia de participação popular nas decisões sobre o parque.
“Esse engajamento mostra a importância de aprofundar o debate e de assegurar a preservação e o acesso público a esses espaços. Vamos continuar vigilantes e atuante na defesa de um modelo de gestão que priorize o interesse público e o direito de todas as pessoas a desfrutar dos parques estaduais. Queremos áreas de preservação que sejam públicas e acessíveis a todas as pessoas”, concluiu a deputada.
A audiência pública que aconteceu em Itaúnas é o início de uma série de discussões que vão ocorrer sobre o tema.