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quarta-feira, 24 abril, 2024

“Um olhar sobre as pesquisas de opinião pública”

As pesquisas mostram também a continuidade da melhora do sentimento em relação à pandemia

Por André Pereira César

Diferenças metodológicas à parte, as mais recentes rodadas de pesquisa de opinião pública mostram uma tendência clara: dificuldades para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), preocupação crescente com a economia e liderança por ora inconteste do ex-presidente Lula (PT) na disputa sucessória.

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Falamos aqui de quatro institutos, que divulgaram resultados nas últimas semanas. São elas XP/Ipespe, Genial/Quaest, DataFolha e Exame/Ideia. Os números apresentados são similares.

De acordo com os levantamentos, hoje são mais de 50% os que dizem que o governo é ruim ou péssimo, quadro consolidado a partir de meados de 2021. A aprovação segue tendência similar, de consolidação na faixa entre 20% e 25%. Salvo um evento extraordinário, esses índices tendem a se manter até os primeiros meses do próximo ano.

As pesquisas mostram também a continuidade da melhora do sentimento em relação à pandemia (os que não estão com medo do surto representam cerca de 40% da população), enquanto as expectativas sobre a economia seguem em trajetória de declínio – perto de 70% avaliam que a equipe econômica tem tomado decisões equivocadas. A piora acontece desde o início do segundo semestre e, dada a realidade, tende a se manter nos próximos meses.

No plano eleitoral, está confirmada a liderança do ex-presidente Lula. Nos cenários estimulados, ele aparece sempre acima dos 40% das intenções de voto. Esse quadro é registrado desde abril, quando o Supremo Tribunal Federal confirmou as decisões que devolveram o petista ao jogo. Em seguida aparece Bolsonaro, sempre abaixo dos 30%. Atrás deles estão o neopedetista Ciro Gomes, na faixa dos 10%; o ex-ministro Sérgio Moro (Podemos), com teto de 8%; e, abaixo de 5%, o tucano João Doria, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o presidente do Senado Federal Rodrigo Pacheco (PSD).

Nas simulações de segundo turno, Lula segue vencendo em todos os cenários, independentemente do adversário. Bolsonaro, por seu lado, perde para todos os contendores. A elevada rejeição ao titular do Planalto explica essa realidade.

Em termos gerais, os levantamentos evidenciam a dependência que Bolsonaro tem de seu eleitor mais fiel, hoje pouco mais de 20% do total. Para reeleger-se presidente da República ele precisará romper essa bolha. Esse quadro, por sinal, alimenta as especulações de que o titular do Planalto tentará outro cargo, de senador ou de deputado federal. A conferir.

Por fim, a chamada terceira via segue patinando. A única novidade nesse campo é Sérgio Moro, recém-filiado ao Podemos e iniciando seu projeto eleitoral. Resta saber se terá fôlego para barrar a polarização em curso.

André Pereira César é Cientista Político e sócio da Hold Assessoria Legislativa.

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