De acordo com o governo turco, foram presos mais de 2,8 mil militares suspeitos de envolvimento com a tentativa de golpe
A tentativa de golpe de Estado realizada na noite desta sexta-feira (15), na Turquia, por uma facção rebelde das Forças Armadas, deixou pelo menos 265 mortos e cerca 1.440 feridos, segundo informações do primeiro ministro turco, Binali Yildirim, que concedeu uma coletiva de imprensa na manhã desse sábado (16).
De acordo com Yildirim, as forças de segurança detiveram 2.839 militares suspeitos de envolvimento com a tentativa de golpe. Para tentar concretizar o golpe, as forças militares rebeldes – representados em sua maioria por contingentes da Força Aérea – chegaram a realizar movimentos com tanques, aviões de combate e helicópteros. Eles assumiram a TV estatal, impuseram a lei marcial e um toque de recolher, atacaram a sede do órgão de inteligência turco e atiraram no prédio do Parlamento do país e em um resort na cidade portuária de Marmaris.
Toda a movimentação fez com que milhares de turcos fossem as ruas de Ancara (capital do país) e de Istambul (principal cidade da Turquia) para resistir ao golpe, após um apelo dramático feito pelo presidente Tayyip Erdogan (foto abaixo), que tem dominado a cena política turca por mais de uma década. Em consequência, dezenas de soldados que atuaram em favor do golpe abandonaram os tanques nas ruas.
“Uma minoria dentro das forças armadas, infelizmente, tem sido incapaz de digerir a unidade da Turquia”, disse Erdogan ao canal de televisão privado NTV. “O que está sendo perpetrado é uma rebelião e uma traição. Eles vão pagar um alto preço por sua traição à Turquia”, acrescentou.
Durante a entrevista, o presidente turco deu a entender que os conspiradores tinham tentado assassiná-lo, referindo-se a um bombardeio que ocorreu em um resort mediterrâneo na cidade portuária de Marmaris. “Parece que eles pensaram que eu estava lá”, disse.
O Ministério de Interior da Turquia ordenou a destituição de cinco generais e 29 coronéis desde o início da tentativa de golpe. As autoridades também removeram 2.745 juízes dos seus cargos, além de cinco membros do alto conselho judicial do país. De acordo com o governo turco, a situação está “completamente sob controle” no país. “Eu felicito todos os cidadãos que resistiram ao golpe”, disse o primeiro ministro, Binali Yildirim.
Fotos: REUTERS/Tumay Berkin