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quarta-feira, 12 DE fevereiro DE 2025

Tendências globais de consumo e o futuro do agronegócio brasileiro

Segundo pesquisa da Euromonitor, há cinco tendências globais de consumo para 2025 que também podem transformar o setor do agronegócio

Por Enio Bergoli

O mundo está mudando, e, com ele, os hábitos dos consumidores. Cada vez mais, o que escolhemos comprar está redesenhando a forma como produzimos, e no agronegócio não é diferente. Segundo pesquisa da Euromonitor, há cinco tendências globais de consumo para 2025 que também podem transformar o setor agropecuário, e é fundamental entender como essas mudanças podem abrir portas para o agronegócio brasileiro se reinventar.

A primeira tendência, conceituada como Planos de Longevidade, nos mostra como as pessoas estão cada vez mais focadas não só em viver mais, mas em viver melhor. Imagine o potencial que temos no Brasil, um dos maiores produtores de alimentos do mundo, para transformar essa predisposição em oportunidades. Frutas tropicais, cafés, oleaginosas, alimentos naturais e tantos outros podem ser nosso cartão de visitas no cenário global. Produtos que ajudam as pessoas a viverem com mais saúde, explorando a biodiversidade do nosso país, vão nos posicionar como um verdadeiro polo de bem-estar.

Outra tendência são as Compras Conscientes. Os consumidores estão mais atentos ao que compram, querem saber de onde vem o alimento, quem produziu, se foi concebido de forma justa e sustentável. Isso não é um problema, é uma chance de mostrarmos o que há de melhor em nossas práticas. Certificações, rastreabilidade e sustentabilidade são palavras que devem estar no vocabulário de qualquer produtor e agroindustrial que queira se destacar. E quando falamos de valor, não é apenas preço, mas história, origem e confiança no que está sendo consumido.

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Com a Lógica Ecológica, a tendência é que a sustentabilidade deixe de ser um diferencial e passe a ser uma obrigação nas relações comerciais. Não basta apenas afirmar que o produto é saudável, mas comprovar que seja bom para o planeta. O Brasil, com sua riqueza natural e potencial para práticas agrícolas regenerativas, pode e vai se tornar um grande exemplo de como fazer a agricultura preservando e recuperando os recursos naturais. Em qualquer um dos nossos biomas, temos condições de liderar um movimento de produção consciente e inovadora.

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O Foco Filtrado também é um conceito que evidencia e retrata a saturação do consumidor diante o excesso de informações. Ele quer clareza, simplicidade, e por isso filtra o que é necessário. O agronegócio deve contar histórias verdadeiras, conectando o campo à mesa, mostrando de forma direta e transparente os benefícios dos nossos produtos e seus processos produtivos. Essa conexão focada vai fazer a diferença na hora do consumidor decidir a compra de alimentos.

Finalmente, temos a lógica da Inteligência Artificial Ambivalente. Trata-se de uma ferramenta poderosa, que deve ser usada com cautela e transparência. No agro brasileiro, IA pode ser um trunfo para melhorar a gestão de recursos, prever mudanças no mercado e tornar a produção mais eficiente. Nesse sentido, será determinante para dar competividade e garantir a permanência dos agricultores no mercado cada vez mais exigente e seletivo.
Essas tendências não são apenas desafios, mas convites para o agronegócio brasileiro repensar suas práticas e buscar inovações.

Temos recursos, conhecimento, tecnologias e histórias nas cadeias agroalimentares que talvez nenhum outro país tenha. O Brasil pode, deve e será um exemplo de produção sustentável adaptada às novas demandas e que cria valor para todos os elos da cadeia produtiva. Vamos juntos explorar essas oportunidades e construir um futuro promissor para o agro brasileiro.

Enio Bergoli é Eng. Agrônomo, Especialista em Adm. Rural
Secretário de Estado da Agricultura do Espírito Santo (2007, 2009 a 2014 e 2023 em diante).

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