A diversificação ajudou a mitigar os riscos associados à dependência de uma única cultura e abriu novas oportunidades de mercado para os produtores
Por Júlio Rocha
O Espírito Santo está na vanguarda do agronegócio no Brasil. Geograficamente, apesar de seu tamanho pequeno, o estado se destaca em sua significativa contribuição nacional e cada vez mais crescente, diante da diversidade climática que favorece o plantio de diversas culturas, que se tornam cada vez mais evidentes e potencializadas. Além disso, nos últimos anos o setor agropecuário do Estado vem ocupando uma posição de destaque, pela capacidade de gerar investimentos e empregos, mesmo nos momentos econômicos mais críticos.
O agronegócio capixaba passou por uma série de transformações que o posicionam como um dos setores mais dinâmicos e inovadores no cenário nacional. Com a adoção de novas tecnologias, como o uso de sistemas de irrigação mais eficientes, o desenvolvimento de cultivares mais resistentes e produtivos e a introdução de práticas de agricultura de precisão, houve um aumento significativo da produtividade do Estado, permitindo o destaque nacional de culturas como café, pimenta-do-reino, gengibre e mamão, entre outras.
Outro aspecto importante da evolução do agronegócio no Espírito Santo foi a diversificação da produção. Tradicionalmente, o estado era conhecido pela produção de café, mas nas últimas duas décadas houve um crescimento significativo em outras culturas, como o cacau, e o destaque para produção de ovos, em Santa Maria de Jetibá, sendo autossuficiente e abastecendo tanto o mercado interno quanto outros estados brasileiros. A diversificação não apenas ajudou a mitigar os riscos associados à dependência de uma única cultura, como também abriu novas oportunidades de mercado para os produtores.
A Federação e todo o Sistema estão engajados no futuro do homem do campo, evidenciando o nosso intenso esforço no incentivo à adoção de tecnologias que contribuem e fortalecem o desenvolvimento da agricultura no Espírito Santo. Sob a ótica da sustentabilidade, o Sistema conscientiza produtores rurais sobre sua importância, oferecendo cursos e capacitando jovens e adultos nessa temática. Também tem empreendido esforços abrangentes para recuperar passivos ambientais, preservar a vegetação nativa e cumprir as regulamentações do Código Florestal.
“A Maior Escola da Terra”, o Senar, atua para melhorar a qualidade de vida dos produtores rurais e de seus familiares. Inclui a formação de crianças e jovens para garantir a continuidade e a preservação do legado construído pelas famílias agricultoras ao longo de gerações por meio do brilhante Programa Agrinho, que já abrange 62 municípios, cerca de 700 escolas, 90 mil alunos e mais de sete mil educadores de norte a sul do estado. Afinal, com educação e informação, quebramos paradigmas no campo, firmes no propósito de fomentar iniciativas que apoiem a sucessão familiar, aliada à inovação, e impulsionar a sustentabilidade dos produtores rurais.
O “S” do agro cumpre sua missão de realizar a educação profissional, a assistência técnica e gerencial (ATeG) e as atividades de promoção social, contribuindo para um cenário de crescente desenvolvimento da produção sustentável, da competitividade e de avanços sociais no campo.
São notáveis as melhorias implementadas no Espírito Santo por meio da ATeG, que acompanha milhares de produtores rurais, permitindo a adoção de técnicas modernas de manejo e cultivo eficientes, colaborando com a estabilidade econômica e social das comunidades rurais, a sustentabilidade ambiental e a segurança alimentar no Brasil e no mundo.
Júlio Rocha é presidente do Sistema Faes Senar-ES.