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quinta-feira, 18 abril, 2024

Tanques de Guerra

Eu sempre afirmo e muitas pessoas não conseguem entender é que temos vários países dentro do Brasil

Por Joe Conti

Há o país da produção, que vive um excelente momento com um crescimento muito acima do esperado, produzindo lucros bem acima da média, exportação no pico da onda e empresários rindo de orelha a orelha.

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Há o país da indústria e do comércio, que depois de tantos ‘abre e fecha’, o que estão produzindo estão vendendo como nunca e só não estão vendendo mais por falta de matéria-prima e dos custos que aumentaram assustadoramente. Há o país ‘vendido’ pela mídia que está muito mais para Alice do que para gata borralheira, mas quem não gosta de sonhar e fingir que em 3D a realidade é melhor?

Mas também há o país de Brasília, o país dos políticos e daqueles que só pensam em si. Por mais altruísta que uma pessoa chegue em Brasília, em no máximo 15 dias dentro das casas legislativas ou dos altos tribunais, seja convertido ao egocentrismo, religião forte e poderosa.

O problema dos “outros países” dentro do Brasil é que o país Brasília apesar da Constituição afirmar que deve haver separação de poderes, eles estão há 3 anos em guerra aberta e declarada. Uma guerra como nunca se viu no Brasil e a maioria dos brasileiros não tem a menor ideia da amplitude e das consequências dessa guerra ou para onde essa guerra levará os outros ‘Brasis’. Uma coisa está clara: são todos contra um. Legislativo e Judiciário se uniram para derrubar o executivo o mais rápido possível.

Quem não conhece Brasília acha essa guerra o maior absurdo, algo sem nexo ou plexo, tipo ‘como alguém pode discutir se a terra é plana?’ Mas essa guerra é real e o tom está crescendo. Crescendo porque o legislativo e judiciário unidos, não por ideais, mas por ameaça do Judiciário em julgar as bandidagens do legislativo, mas unidos, já deveriam ter derrubado o executivo. Não há lógica para o executivo ainda estar vivo, mas guerra é guerra e, mesmo acuado, o executivo precisa mostrar que ainda está respirando, por isso, se acha no direito de colocar tanques na rua. Insisto, eles estão em guerra e não adianta cobrir o sol com a peneira. Queriam tanques de paz? Infelizmente não existem!

Apesar da maioria dos brasileiros ignorarem solenemente o país Brasília, ele é real e a guerra está cada dia mais cruel. Apesar de ser guerra de “cachorro grande” está com cara de “istória” de Rock Balboa ou Hebert Conceição, pois quanto mais o executivo apanha, mais o cara pula. Confesso que estou com medo da pancadaria passar dos limites. O judiciário está perdendo a descompostura e a liturgia da corte. O legislativo com alta crise de abstinência … a coisa está mais para briga de rua do que um duelo de espadas na corte de Luis XV. Os limites já foram ultrapassados e não vai demorar muito para as regras serem quebradas.

Devemos torcer para que lado? Nem que seja por cultura brasileira, acredito que devemos torcer para o mais “fraco”, pois esse país Brasília precisa acordar e entender que chega de ter privilégios como se vivêssemos em uma corte imperial. Colocar tanques na rua causou um arrepio nas estruturas. A gritaria está ensurdecedora, mas como disse Maju, o choro é livre!

Joe Conti ([email protected]) é engenheiro, consultor, empresário e escritor.

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